Ellen Johnson-Sirleaf teria sido expulsa por não ter apoiado candidatura de Joseph Boakai, que foi seu vice-presidente durante os últimos 11 anos, noticiou a EFE.
partido governante na Libéria, o Partido da Unidade (UP), expulsou a Presidente do governo, a vencedora do Nobel da Paz, Ellen Johnson-Sirleaf, devido a “violações do código interno da formação e actos prejudiciais para a reputação” da organização, informou neste Domingo a imprensa local.
O partido com o qual a política, de 79 anos, se tem mantido no poder desde as eleições de 2005, oficializou a sua expulsão no Sábado à noite, apenas nove dias antes de o vencedor das últimas presidenciais, o ex-jogador George Weah, do partido rival Congresso pela Mudança Democrática (CDC), a substituir no cargo.
Durante a campanha eleitoral, Johnson-Sirleaf não apoiou activamente o candidato do partido, seu vice-presidente durante os últimos 11 anos, Joseph Boakai, o que alimentou os rumores de uma divisão no seio do partido e minguou as possibilidades de vitória do UP, que era considerado favorito antes da votação. Junto com a Presidente em fim de mandato foram expulsos da formação o senador Commany Wesseh, a ex-componente do Comitê Executivo Medina Wessey, e o sub-secretário Patrick Worzie.
No caso dos dois primeiros, a imprensa indica que a expulsão se deve ao facto de que fizeram campanha contra Boakai, enquanto no de Worzie, o comunicado do UP afirma que levou do partido material de escritório no valor de USD 11 mil. “O comportamento das pessoas expulsas foi constituinte de sabotagem e pôs em perigo a existência do partido”, especifica o comunicado, citado pelo portal “FrontPage Africa”.
O UP ganhou as eleições liberianas em 2005 e 2011, mas perdeu as de 2017 para o CDC de Weah, que tinha sido o principal rival de Johnson-Sirleaf nas suas primeiras eleições e que será empossado como Presidente no próximo dia 22, após conseguir 61,5% dos votos no segundo turno, contra 38,5% de Boakai. Johnson-Sirleaf, que recebeu o Nobel da Paz em 2011, foi a primeira mulher a assumir a chefia de Estado de uma nação africana ao tomar posse da presidência em 2006.