A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique está preocupada com os recentes ataques feitos a viaturas moçambicanas na África do Sul.
Verónica Macamo garante que os dois países vizinhos estão a fazer esforços para acabar com o clima de insegurança.
A responsável pela diplomacia de Moçambique mostrou-se preocupada com os recentes ataques feitos a viaturas moçambicanas na África do Sul.
Em declarações aos jornalistas, Verónica Macamo assegurou que os dois Governos estão a envidar esforços para acabar com estes episódios de insegurança.
“Estamos a trabalhar com o Governo da África do Sul.
A Embaixada também está a trabalhar (…) Estamos preocupados”, declarou.
Ainda assim, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação referiu que é cedo para analisar a motivação destes episódios, sublinhando que “é estar a pôr a carroça à frente dos bois”.
No entanto, Verónica Macamo disse que está a ser feito um trabalho com as autoridades sul-africanas para que os ataques a viaturas, que atravessam a fronteira entre os dois países, não se voltem a repetir.
“A nossa responsabilidade é tomar conta dos moçambicanos e evitar que os moçambicanos sejam assaltados e as suas viaturas ou os seus bens sejam danificados e furtados”, acrescentou Verónica Macamo.
Alguns transportadores moçambicanos, a fazer a ligação entre Maputo e Durban, na África do Sul, suspenderam, no Domingo, a actividade, na sequência de relatos de ataques e assaltos num troço sulafricano.
Contactado pela Agência de Informação de Moçambique, Jonas Fumo, membro da Comissão de Transportadores da Junta, um dos terminais de Maputo, afirmou que os motoristas “com chapas de matrícula nacionais receiam deslocarse à África do Sul, passando pela fronteira da Ponta do Ouro”.
Segundo Juliana Mwuitu, administradora do distrito de Matutuíne, que faz fronteira com a África do Sul, este fim-de-semana viaturas foram incendiadas, a 90 quilómetros da fronteira, um episódio relacionado com conflitos locais com moçambicanos.
Os passageiros foram assistidos pelas autoridades sul-africanas e escoltados de regresso a Moçambique.
Não houve feridos a registar. Entrevistado pela RFI, o professor universitário André Thomas Hausen fala em episódios de “xenofobia”, argumentando que estas reacções estão associadas à crise económica que se vive na África do Sul.
André Thomas Hausen defende que “não há solução à vista, porque o Governo sul-africano tem outros assuntos pendentes”, reconhecendo, no entanto, que a única hipótese poderá ser a “contratação de empresas privadas de segurança”.
Em 2020, ataques xenófobos acabaram com a morte de um emigrante moçambicano perto de Joanesburgo.