O acordo de Facilitação de vistos em Passaportes Ordinários foi assinado pelo ministro angolano das Relações Exteriores, manuel Augusto, e o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi
Por: Iracelma Kaliengue
O acordo, que começa a vigorar dentro de 30 dias, vai acelerar os mecanismos de concessão de vistos a empresários e homens de negócios, académicos e pesquisadores científicos, homens de Cultura, desportistas e pessoas com necessidades de tratamento médico. Após a reunião mantida com o ministro chinês, o ministro angolano, Manuel Augusto, referiu que a reunião serviu para discutir o “enquadramento das relações e apreciação da dívida de Angola”.
Manuel Augusto esquivou-se a mencionar o valor da dívida que Angola já contraiu com a China, tendo afirmado na ocasião que “até ao momento a divida situa-se nos parâmetros daquilo que o Executivo está autorizado a fazer”. Disse, por outro lado, que os dois países estão satisfeitos com os caminhos percorridos no quadro da cooperação.
Anunciou, entretanto, a abertura de uma discussão do ponto de vista técnico, novas formas e métodos inovadores para continuar a manter os níveis sustentáveis com o objectivo de não interromper com os projectos em curso e os que poderão surgir.
Afirmou que “as partes decidiram que as equipas técnicas dos dois países devem trabalhar no âmbito da preparação da segunda sessão da Comissão Orientadora de Cooperação Económica e Comercial, que é o mecanismo utilizado pelos dois países para coordenar e supervisionar a cooperação económica bilateral”.
Já o ministro chinês Wang Yi, afirmou na ocasião que as autoridades chinesas manifestaram confiança na capacidade de Angola de honrar os seus compromissos. Afirmou, entretanto, que o Governo do seu país vai conservar o apoio que tem vindo a dar a Angola para o processo de diversificação da economia, assim como o processo de industrialização e modernização de Angola, no quadro das parcerias estratégicas existentes entre ambos.
Destacou ainda o interesse das partes em promover a actualização, dinamização e aumento da qualidade das acções de cooperação, bem como a confiança política, através de mais apoio às questões de interesse vitais.
quanto angola deve à china? Os ministros, tanto o de Angola como o da China, recusaram-se a responder à questão durante a conferência de impressa, ontem em Luanda.
Entretanto há poucos dias o Embaixador da China acreditado em Angola, Cui Aimin, revelou que o seu país já concedeu 60 biliões de dólares ao Governo angolano para a construção de inúmeras obras de infra-estruturas como centrais de energia, estradas, pontes, hospitais e casas, incentivando o desenvolvimento económico e a melhoria da vida do povo de Angola.
Cui Aimin, num artigo de opinião publicado pelo Jornal de Angola da passada, Quarta-feira, destaca ainda que durante o fórum de investimento China -Angola realizado em Luanda em finais de 2016, foram celebrados 48 acordos de intenção de investimento no valor total de 1,2 bilião de dólares.
Nos últimos oitos anos, escreve o diplomata chinês, mais de 60 médicos fizeram em Angola mais de duzentas mil consultas gratuitas a cidadãos angolanos no Hospital Geral de Luanda, construído com financiamento da China.
“A China é o maior parceiro comercial de Angola, ao passo que Angola é o segundo maior parceiro comercial, o maior fornecedor de petróleo da China em África, um dos maiores mercados ultramarinos de obras e empreitadas,” salienta o embaixador chinês em Angola.
Cui Aimin destacou também que a comissão orientadora da cooperação económica e comercial entre a China e Angola tem permitido mais pragmatismo nas relações entre os dois países. Em 2010, os governos angolanos e chinês estabeleceram uma parceria estratégica para impulsionar a cooperação. Angola e China estão a celebrar 35 anos de relações diplomáticas (12 de Janeiro de 1983).
Ora, foi precisamente para celebrar o acontecimento que o ministro das Relações Exteriores chinês desembarcou na capital do país, este Sábado, 13 de Janeiro, para no dia 14, Domingo, proceder à assinatura do acordo de facilitação de vistos em passaportes ordinários.
O acordo visa agilizar os mecanismos de concessão de vistos sobretudo para empresários, académicos e investigadores de várias áreas do conhecimento, desportistas de alta competição, agentes culturais e cidadãos com necessidade de tratamento médico. Os dois países já assinaram um acordo de supressão de vistos em passaportes Diplomatico e de Serviço que está em vigor.