O porta-voz de Vladimir Putin rechaçou a alegada ameaça do presidente russo contra Boris Johnson semanas antes do começo da operação militar especial da Rússia na Ucrânia.
Dmitry Peskov, porta-voz presidencial da Rússia, negou as declarações do ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson (2019- 2022) sobre o líder russo Vladimir Putin o ter ameaçado com um “ataque de míssil”.
Peskov referiu-se às declarações de Johnson num documentário da emissora britânica BBC sobre uma conversa com Putin, que ocorreu pouco antes de a Rússia lançar a operação militar especial na Ucrânia.
O primeiro-ministro britânico advertiu o seu interlocutor, na discussão datada de 2 de Fevereiro de 2022, sobre a imposição de sanções se a Rússia avançasse com a decisão.
Ele disse, igualmente, que Putin ameaçou com um ataque de mísseis.
Durante a discussão, Putin teria assegurado que se tal acontecesse, isso “só demoraria um minuto”.
“Não, o que o sr. Johnson disse não é verdade, ou melhor, é mentira. Direi ainda que ou é uma mentira de liberada, para de propósito ele escolher relatar as coisas dessa maneira, ou foi [uma mentira] inconsciente, e na realidade ele não entendeu o que o presidente Putin estava falando com ele.
Nesse caso sinto algum constrangimento relativamente aos interlocutores do nosso presidente”, respondeu Peskov às perguntas dos jornalistas.
Peskov também afirmou saber sobre o que foi a conversa de Putin com Johnson.
“Sei qual era o tema dessa conversa, e repito mais uma vez oficialmen: é mentira.
Não houve nenhuma ameaça de ataques de mísseis.
Falando dos desafios à segurança russa, o presidente Putin observou que, se a Ucrânia aderisse à OTAN, a colocação potencial de ‘mísseis da OTAN’ ou dos EUA perto de nossas fronteiras significaria que qualquer míssil chegaria a Moscovo em uma questão de minutos”, explicou o porta-voz do Kremlin.
A BBC constatou que não houve referência à suposta ameaça nos relatos da conversa de Londres ou Moscovo.