Mais de 300 manifestantes foram presos durante a noite e o Exército foi enviado a diversas cidades da Tunísia para conter manifestações violentas causadas pela alta dos preços, novos impostos e o desemprego que assolam o país
Em Thala, próximo à fronteira com a Argélia, tropas foram enviadas após manifestantes incendiarem um prédio da segurança nacional, forçando a Polícia a recuar da cidade, revelaram testemunhas à Reuters. Violentas manifestações contra o Governo têm acontecido em outras cidades no país do Norte de África, desde Segunda- feira, entre as quais a cidade turística de Sousse, contra aumentos de preços e impostos ordenados pelo Governo para reduzir um crescente déficit e satisfazer credores internacionais.
Embora a Tunísia seja amplamente vista como a única história de sucesso democrático entre os países da “Primavera Árabe”, o país já conheceu nove governos sucessivos desde o derrube do líder Zine El-Abidine Ben Ali, nenhum deles capaz de lidar com os crescentes problemas económicos.
“Trezentas e trinta pessoas envolvidas em actos de sabotagem e roubos foram presas na última noite”, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Khelifa Chibani, levando o número de detidos desde o início dos protestos para em torno de 600.
O Exército também foi enviado a outras cidades, incluindo Sousse, Kebeli e Bizert, para proteger edifícios do Governo que foram alvo de manifestantes. Levantamentos em 2011 e dois ataques militantes em 2015 prejudicaram o investimento estrangeiro e o turismo, que representa oito por cento da actividade económica da Tunísia.
O primeiro-ministro da Tunísia, Youssef Chahed, Quartafeira, acusou a Oposição de impulsionar dissidência ao convocar mais protestos. Terça-feira, coquetéis molotov foram atirados contra uma escola judaica na ilha de Djerba, Sul do país e ao lar de uma antiga comunidade judaica.