A fazenda agropecuária de “Sacassange”, erguida em 2012, nos arredores da cidade do Luena, província do Moxico, paralisou a actividade produtiva, em consequência de uma greve. A fazenda já produziu 18 milhões de ovos
É a segunda vez, em menos de dois meses, que os trabalhadores da maior fazenda da província do Moxico, no Leste do país, cruzam os braços por “tempo indeterminado”, em razão da falta de salários referentes aos meses de Junho a Dezembro do ano transacto.
Criada em 2012, até Março de 2017, a fazenda produziu 18 milhões de ovos, com uma capacidade de produção de nove mil ovos/dia, e contava com quatro naves, uma para a criação de pintos e três para produção de ovos, e na altura contava com doze mil aves.
O projecto fabricava ração animal, com uma média diária de 10 toneladas e 54 mensais, respondendo, na altura, ao volume do consumo e das solicitações que o projecto recebe.
Narciso Mariti Tchicomba, técnico da área de estufa, referiu que tiveram que “abandonar” a fazenda em virtude de atrasos salários de sete meses, e que a decisão foi tomada após uma reunião com a direcção da fazenda.
Direcção reconhece paralisação
Por seu turno, o chefe dos Recursos Humanos da fazenda de Sacassange, Pedro Branco revelou que desde Segunda-feira estão inactivas todas as áreas de produção, como a estufa, o curral de caprinos e o aviário, em consequência da greve “justa” dos trabalhados, face a atrasos salariais.
Justificou a falta de salários com a baixa produção causada pela falta de divisas para aquisição de matéria- prima. Embora insuficiente, alguma parte foi paga em Dezembro, com a venda de galinhas e horticulturas. Daí que, contas feitas, a dívida está em Kz 10 milhões, só para ordenados e pagamentos aos fornecedores de produtos.
Para o relançamento global do projecto de Sacassange, são requeridos, Kz 240 milhões. Em resposta, o PCA da Gesterra, Carlos Paim, gestora da fazenda, negou à Angop, ao telefone, a partir de Luanda, que se trata de “uma paralisação ou encerramento da fazenda”.