O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou, Quarta-feira, às autoridades peruanas “para levarem a cabo investigações rápidas, eficazes e imparciais” sobre as mortes registadas nos protestos no país, que decorrem há semanas.
Numa mensagem divulgada pelo seu porta-voz, António Guterres apelou também a “que se evite a estigmatização das vítimas” e reiterou a “grande preocupação” com a situação no país e o número de mortes.
O líder da ONU apelou também às autoridades para “cumprirem os seus compromissos internacionais em matéria de direitos humanos” e reiterou que as medidas de suspensão do direito à manifestação pacífica “devem limitar-se ao estritamente exigido pela situação e ser coerentes com outras obrigações ao abrigo do direito internacional”.
O apelo de Guterres também contém uma frase que parece ser dirigida aos manifestantes, quando diz que “os protestos devem ser conduzidos de forma pacífica, respeitando o direito à vida e à propriedade”.
O secretário-geral salientou, igualmente, que é essencial “criar as condições para um diálogo significativo e inclusivo” para enfrentar a crise actual.
Até à data, de acordo com o gabinete do Provedor de Justiça peruano, 46 pessoas que participaram nos protestos morreram nos confrontos, enquanto um polícia faleceu, queimado vivo pelos manifestantes.
Para além destas vítimas, há a registar 10 mortes em acontecimentos relacionados com os bloqueios de estradas, de acordo com a Polícia.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) relatou, igualmente, a morte de quatro haitianos que não puderam receber assistência médica, devido ao bloqueio de estradas, além de um bebé por nascer, uma informação avançada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).