O acto central do Dia da Cultura Nacional, 8 de Janeiro, foi realizado na cidade do Dundo e contou com a realização de várias actividades como a feira de artes e o lançamento de obras literárias e a declamação de poesia.
POR: Antónia Gonçalo
A ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, reconheceu, Segunda- feira, 8, na cidade do Dundo, a riqueza cultural dos povos desta província, como o artesanato, a tecelagem, a siderurgia e diversas manifestações artísticas. As considerações foram feitas durante o seu discurso alusivo ao Dia da Cultura Nacional, assinalado ontem em todo país, sob o lema “Pela preservação da nossa identidade cultural comemoremos o Dia da Cultura Nacional”. Segundo a ministra, o símbolo da Cultura Nacional provém desta região, desde a conhecida máscara mwana-pwó, que representa uma personagem ancestral, adulta, madura e simbolizando a beleza feminina.
A governante considerou que o acto central realizado nessa província teve como objectivo constatar os progressos no sector cultural, assim como o facto de fazer fronteira com a área em conflito da República Democrática do Congo (Kasai Ocidental). Realçou que o conjunto das características artísticas da Lunda-Norte fazem-lhe uma província rica em termos culturais, desde as artes cénicas à dança, passando pela música, canto e literatura oral.
“Podemos assegurar que possuímos aqui um rico património artístico, que precisa de ser difundido em todo o país”, apontou. Por isso, a ministra lançou ao governador da Lunda-Norte, Ernesto Muangala,o repto para apadrinhar um concurso ligado à escultura e artes plásticas, de periodicidade anual, previsto para o ano em curso. Referiu que o concurso servirá para premiar as melhores obras apresentadas por profissionais e amadores das artes plásticas.
Resgate dos valores tradicionais
Carolina Cerqueira apontou a questão do resgate dos valores tradicionais, a promoção do patriotismo e a exaltação da ética e da moralidade como acções primordiais dos agentes culturais. Citou o casamento precoce, a mutilação genital feminina e a acusação de feitiçaria dirigida às crianças e aos idosos como práticas culturais negativas que devem ser desencorajadas. “A acusação de feitiçaria é um assunto bastante sério, que exige estudo por parte do Instituto Nacional de Assuntos Religiosos”, considerou.
União entre os artistas
A ministra realçou que os artistas devem criar o seguro de saúde e outros, formando fundos de assistência social e medicamentosa para prevenir situações delicadas que afectem os profissionais da Cultura. Referiu que a actividade cultural precisa de ser patrocinada por empresas e serviços, através de programas concretos que os órgãos do Ministério da Cultura devem elaborar, razão por que se deverá definir as contrapartidas fiscais para as empresas que patrocinem a actividade cultural, de modo a habilitar- se, ainda a partir deste ano, desses patrocínios.