No período em referência, ocorreram 588 crimes, 474 dos quais foram esclarecidos e detidos 561 supostos marginais. Embora se tenha registado um aumento de 140 crimes e de 131 detidos, a Polícia Nacional refere que o ambiente da quadra festiva foi estável.
POR: Paulo Sérgio
Setenta e quatro pessoas perderam a vida nos dias 24, 25 e 31 de Dezembro (do ano passado) e 1 de Janeiro (do corrente ano) em 34 acidentes de viação, 26 homicídios voluntários e 15 por causas diversas, anunciou ontem, em Luanda, o comissário Caetano Quiar. Dos 15 casos acima mencionados, 14 foram registados pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), menos dois em relação ao ano passado, e um homicídio involuntário. O chefe do Posto de Comando Principal de Segurança para a Quadra Festiva 2017/2018 declarou, à imprensa, que houve um aumento de 10 casos de homicídios voluntários e uma redução de um morto por acidente de viação e de dois mortos nos registos dos Bombeiros.
O que resulta num aumento de sete casos comparativamente ao período anterior. As estatísticas do Ministério do Interior apontam que o volume de homicídios involuntários e frustrados manteve-se com um e três casos, respectivamente. Em consequência desses delitos, as forças da Ordem detiveram centenas de suspeitos que serão encaminhados aos órgãos de justiça. O SPCB, segundo a fonte, registou cinco casos de presumíveis afogamentos (em praias e piscina), três por electrocussão, dois por suicídio, três por acidente de viação e um por carbonização em residência.
Dos 26 homicídios voluntários, 16 foram praticados por pessoas conhecidas, devido a desentendimentos em ambiente familiar e 10 por marginais. “Três foram por disparos com armas de fogo, seis com objectos cortantes, três por asfixia e 13 por agressão física, um dos quais com picareta”, detalhou. Caetano Quiar explicou que cerca de 80 por cento dos crimes violentos, nomeadamente homicídios voluntários, violações e ofensas corporais, ocorreram em ambiente familiar e residêncial. “Uma situação que escapa da vigilância e controlo directo das forças de segurança, salvo quando é preventivamente solicitada a nossa intervenção. De modo geral, registou-se estabilidade em termos de ocorrências”, considerou. No período em referência, segundo o oficial superior da Polícia, registou-se 588 crimes, 474 dos quais foram esclarecidos e detidos 561 supostos autores dos crimes.
No Natal registou- se 298 crimes, mais 51 em relação ao período passado, 257 dos quais foram esclarecidos e detidos 365 presumíveis infractores. Já nos dias comemorativos da passagem de ano a incidência de crimes caiu para 290, um aumento de 89 em relação ao período anterior, e 256 suspeitos detidos. “Comparando com os dias festivos de 2016/2017, verificou-se aumento de 140 crimes, de 122 esclarecidos e de 131 detidos”, frisou. Os casos de violações sexuais também estiveram em alta, com 35 casos, mais 25 em relação ao período anterior, que resultaram na detenção de 26 supostos prevaricadores, 15 dos quais são marginais e 20 pessoas conhecidas das vítimas.
Entre elas, 14 têm idades compreendidas entre três a 17 anos. Segundo Caetano Quiar, tais situações ocorreram devido a uma certa desatenção em relação às crianças por parte dos pais ou encarregados de educação. Os crimes de ofensas corporais lideram a lista de ocorrências, com 233 casos, um aumento de 89 casos, dos quais, oito por disparos de armas de fogo, 26 com objectos cortantes, 11 com objectos contundentes, 188 por agressão física, entre outros. 198 foram praticados por pessoas conhecidas, em ambiente familiar, ou por pessoas próximas, e sido 35 por marginais.
Detidos 1.137 suspeitos
Apesar de as actividades policiais terem ganhado maior fôlego nas datas festivas de Natal e Ano Novo, o comissário Caetano Quiar esclareceu que a “Operação Luvuvamu” decorreu de 20 de Dezembro do ano passado ao dia 5 de Janeiro do corrente ano, ao longo da qual detiveram 1.137 suspeitos, sendo 1.114 por crimes registados neste período, e 165 por estadia ilegal no território nacional. Declarou que a situação político- militar não sofreu alterações e o estado de segurança pública no país foi regular. Para tal, estiveram empenhadas todas as forças e serviço de segurança, tendo sido mobilizados para o efeito, mais de 100 mil membros da corporação e alguns efectivos das Forças Armadas Angolanas que participaram no patrulhamento misto, bem como dos guardas das empresas de segurança privadas que asseguraram os seus perímetros.
Desmantelada rede de roubo e venda de viaturas
Os agentes da ordem desmantelaram um grupo de três supostos marginais que roubou 11 viaturas em Luanda e as comercializou tanto na capital do país como nas províncias do Huambo e Zaire. Todas por recuperar. Numa das acções delituosas, o trio assassinou um cidadão cuja idade e o nome não foram revelados. Já os crimes de roubo registaram uma queda de menos dez, ocorreram 62 casos, enquanto os crimes de furto registaram um ligeiro aumento de quatro casos, ao atingirem as 110 ocorrências.
O comissário Caetano Quiar salientou que dos crimes registados apenas 25 foram praticados com armas de fogo, sendo menos 15 em comparação com a quadra festiva anterior. “Nos dias festivos, Natal e Ano Novo, registamos 163 acidentes de viação que causaram 34 mortos e 155 feridos. Comparativamente ao ano de 2016/2017, tivemos uma diminuição de cinco acidentes, uma morte e 25 feridos”, frisou. Neste quesito, segundo ele, as províncias de Luanda e Huambo assumiram a liderança com 19 e 14 casos respectivamente. “De um modo geral, a situação de segurança pública durante a quadra festiva foi regular, pois não se registou qualquer ocorrência que maculasse gravemente o ambiente festivo”, concluiu.