Há coisas que já são inadmissíveis. Entendo que os políticos podem não perceber nada de comunicação, mas não entendo que tenhamos gente bem paga para tratar da comunicação e imagem dos ministros e que faça tão mal o seu trabalho.
POR: José Kaliengue
Quando se deram os incêndios em Portugal, no ano passado, vimos a ministra da Administração Interna de botas, calças de ganga, tshirt e colete com listas reflectoras. Bastava aquela imagem para sabermos o que estava a acontecer. Aqui, quem viu a ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, no Bié, seguramente que pensou tratar-se de uma ministra da Noruega, onde não há qualquer emergência de saúde pública.
Além de muito bem arranjada, a ministra “exibia” um fio de ouro ao pescoço quando falava da questão da malária (mas isso é hábito, funcionários públicos exibirem mais ouro que dedos ou pescoço, ou cérebro mesmo). Instantes antes, na mesma peça, a TV Zimbo tinha mostrado mães que esperavam havia seis horas para serem atendidas com os seus filhos no centro de Saúde do Turumba.
A direcção do hospital do Cuito admitira que além dos anti palúdicos os doentes “comparticipavam” em alguns fármacos. No fim, a ministra da Saúde “doou” medicamentos aos centros que visitou. A ministra da Saúde doa medicamentos? Não deveria ser ela assegurar que nunca faltassem a ninguém? Foi um desastre, alguém não fez bem o seu trabalho de imagem… ou a coisa na Saúde está pior do que o que poderia imaginar.