A garantia é da sua directora, Patrícia Faria, em declarações a OPAÍS, quando fazia o balanço, que considerou positivo, das actividades desenvolvidas em 2017.
POR: Jorge Fernandes
Trata-se de acções formativas nos domínios da música, incidindo nas categorias de piano, canto, violino e percussão, além de cursos técnicos profissionais, a decorrer de 8 de Janeiro a 16 de Fevereiro, a primeira fase, a que se seguirão outras acções formativas. Por seu turno, salientou que os projectos já existentes continuarão a ser promovidos, designadamente, o quinzenal “Palavras e Expressões”, os shows intimistas, realizados todas as Quartas-feiras e a exibição de peças teatrais aos Domingos, dois eventos permanentes que já constituem marca da casa da Cultura, levando por actividade em média 100 a 150 pessoas.
“Este é um dos nossos maiores ganhos: atrair não só a comunidade local, mas também pessoas dos mais variados estractos sociais da província de Luanda, temos conseguido quebrar a ideia (diga-se errada) que fora dos bairros elitistas não é possível encontrar e fazer Cultura com a mesma qualidade ou superior requinte”, realçou a também cantora. Nesse sentido fez saber que serão realizadas acções junto das escolas e outros sectores no campo sócio-cultural, nas mais variadas manifestações culturais, assim como incentivos serão dados à adopção de hábitos morais socialmente perdidos.
Constrangimentos
Patrícia Faria admitiu existirem algumas dificuldades para levar a cabo as várias acções projectadas pela Casa da Cultura, por tratar-se de uma instituição sem fins lucrativos e o fomento das suas actividades dependerem do apoio e esfor- Casa Njinga A Mbande projecta novas actividades culturais em 2018 A garantia é da sua directora, Patrícia Faria, em declarações a OPAÍS, quando fazia o balanço, que considerou positivo, das actividades desenvolvidas em 2017 ço da “Fundação Obra Bella”, que é detentora do espaço. Por outro lado, a necessidade da sensibilização social, mormente do empresariado, é uma necessidade vital, na medida em que não é possível gerar rendimentos com os recursos exíguos que são gerados, até porque a política cultural inclusiva da casa da Cultura visa promover eventos culturais quase que gratuitos.
“O que não garante a sua sustentabilidade, senão com o apoio e contribuição de todos nós para que a Cultura possa ser de facto elemento de união e fortalecimento da nação. A actividade da Casa da Cultura não se compadece com a rentabilidade dos serviços culturais que prestamos”, reiterou a responsável. “Até porque se levássemos em conta o que nos cabe receber pelos serviços que prestamos, deixaríamos de poder cumprir com o escopo social a que nos propomos, isto é, a promoção dos valores culturais e morais do nosso país”, desabafou Patrícia Faria. Acresce a isto o facto de a indústria cultural em Angola e projectos sociais do género. em caso de não serem apadrinhados socialmente, tornarem-se inviáveis e votados ao fracasso. Daí ser imprescindível o trabalho contínuo, sobretudo no seio da comunidade para uma maior valorização e adesão ao projecto, a iniciativa da “Fundação Obra Bella”.
Sobre a casa
Localizada no distrito urbano do Rangel, bairro das “Cês”, rua de Gaia, C5 de cima, a Casa de Cultura Njinga A Mbande é uma instituição de carácter privado com objectivo de utilidade social e comunitária que visa desenvolver actividades de índole cultural e artística. Além de uma biblioteca e salas de aula, a casa conta também com um anfiteatro onde são realizados espectáculos musicais e teatrais, onde por lá já passaram artistas como Filipe Mukenga, Gabriel Tchiema, Duo Canhoto, Kizua Gourgel e Toty Sa’Med.