Segundo os sindicalistas, era na reunião de ontem que se esperava haver um acordo para se impedir a terceira fase da greve no ensino geral, mas os 7,5 por cento apresentados pelo Governo como pro- posta para atender aos subsídios reclamados pelos sindicalistas cuja exigência é de 22 forçaram a suspensão do encontro
O secretário do Sindica- to Nacional dos Professores (SINPROF), Admar Jinguma, disse que a sua organização não concordou com a proposta de subsídios apresentada pelo Governo, durante o encontro de ontem, por estar a 15 por cento da exigência da classe docente. “Vamos ter outro encontro por solicitação dos anfitriões na Segunda-feira, 23. Se não houver nada a nosso favor, nós vamos convocar as assembleias e aí já saberemos o que vai acontecer”, avisou o secretário do SINPROF, tendo adianta- do que não houve nenhum veredicto, razão pela qual tiveram de suspender o encontro.
Admar Jinguma adiantou que ele e os seus colegas não iam continuar na reunião, para ver discutidos outros pontos, enquanto o dos subsídios não tivesse o resultado que queriam ou mais próximo disso. Questionado que tratamento tiveram os pontos da revisão do estatuto remuneratório e do ́desagravamento ́ do Imposto de Rendimento de Trabalho (IRT), Admar Jinguma cogitou que seriam destratados. “Já vimos que a ladainha seria a mesma.
Pedimos a eles que viessem com outras propostas, por- que aquela não tinha pernas para andar”, considerou o sindica- lista, tendo acrescentado que não adiantou passar para outros pontos. Informou ainda que lhes foi pedido para permanecerem na discussão, que já tinha gastado quatro horas, mas o Governo insistia numa proposta que estava muito distante daquilo que eles esperavam ao nível dos subsídios. “Nós esperávamos que fosse feito um subsídio ao nível dos 22 por cento, que se enquadra apenas na base de um nivelamento, em relação ao que as outras carreiras homólogas recebem.
Mas o MAPTSS e o MINFIN apresentaram uma proposta de 7,5 por cento, pelo que achamos aquilo um insulto”, frisou. O líder sindical lamentou a ausência da ministra da Educação, Maria Luísa Grilo, motivada por outras agendas do Executivo, pois, segundo alega, os representantes do Ministério da Educação presentes no certame quase que não disseram nada, deixando que a reunião fosse dirigida pelos técnicos dos ministérios da Administração Pública, Emprego e Segurança Social (MAPTSS) e pelo das Finanças (MINFIN).
“No encontro, estiveram o secretário de Estado da Educação, Pacheco Francisco, e a secretária de Estado do MAPTSS, Amélia Varela, além de quatro técnicos das Finanças, entre os quais o director do gabinete jurídico. Foram eles os protagonistas, porque os dirigentes do MED quase que não falaram”, explicou. Uma das expectativas do SINPROF era a de que o Ministério da Educação, que no seu entender já chegou a achar legitima a reivindicação dos professores, devia apoiar a discussão dos sindicalistas.