A média de professores que foram aptos nos concursos públicos realizados pelo Ministério da Educação, em Benguela, mas que, por alegada falta de vagas, ficaram sem enquadramento, chega aos 3 mil docentes, que continuam na mesma condição. O facto está a preocupar os responsáveis do maior partido na oposição naquela parte do país
A informação foi divulgada pelo número um da UNITA em Benguela, Adriano Sapiñala, na Assembleia Nacional, durante as discussões, na generalidade sobre Orçamento Geral do Estado (OGE), onde apelou ao Ministério da Educação a tomar em conta, nos próximos concursos públicos, a necessidade de se enquadrar os professores que foram aprovados, mas, que não chegaram a ser enquadrados, na função pública.
“Para terminar, eu dirigir-me- ia à ministra da Educação, para poder, no âmbito do enquadramento e concurso anunciado, ter em consideração os candidatos dos concursos públicos anteriores que, até agora, não estão enquadrados, alegadamente, por falta de vagas, nos concursos em que participaram”, apelou.
Este deputado à Assembleia Nacional explicou que existem jovem nesta condição, em todo o país, tendo particularizado a província onde conduz os destinos do seu partido, que conta com pelo menos 3 mil professores sem enquadramento. “Era de bom-tom que, nesta abertura do novo concurso, fossem tidos em conta. São jovens espalhados pelo país, particularmente na província de Benguela, rondam em média os 3 mil jovens nesta condição”, divulgou, acreditando que, com vontade dos governantes, “é possível encontrar uma saída para este problema”.
No princípio da sua intervenção na Casa das Leis, Adriano Sapiñala defendeu a existência de um cenário nas ruas do país que transmite um contraste entre o que se apresenta como perspectiva, no OGE, e os resultados obtidos. O parlamentar justificou a sua tese com a sua experiência, na aprovação de seis OGE, que sugere o entendimento de que “o erro reside na insistência constante de busca de soluções, no âmbito dos erros constantes que têm estado a ser repetidos”.
“Hoje, estamos, uma vez mais, aqui para debatermos o Orçamento, e quando digo saímos às ruas e encontramos um resultado diferente, é porque, rigorosa- mente, as propostas que têm estado a vir da equipa económica têm estado, exactamente, ou a frustrar a expectativa do próprio Executivo, ou, então, que é a minha percepção, não corres- ponderem com a ansiedade dos cidadãos”, sublinhou.
Para este deputado do grupo parlamentar da UNITA, todos, em sã consciência, conseguem identificar essas falhas a que se refere, imediatamente, ao entrar em contacto com as ruas, pelo que, sugeriu que houvesse um debate que aproximasse os parlamentares da real perspectiva do país, que se pretende construir por via das políticas do Executivo.