O Conselho da União Europeia (UE) decidiu, essa Terça-feira, prorrogar o mandato da missão civil EUCAP Sahel- Mali da UE até 31 de Janeiro de 2025, com um orçamento superior a 73 milhões de euros.
Segundo um comunicado do Conselho, o orçamento é atribuído para o período entre 01 de Fevereiro deste ano e 31 de Janeiro de 2025.
Considerando a “situação volátil” no Mali, a UE decidiu também ajustar o mandato da missão a fim de “ter em consideração a situação política e de segurança” no país.
A missão de capacitação da UE (EUCAP Sahel Mali) deverá ser capaz de facilitar o destacamento das forças de segurança interna, nomeadamente policiais, para o Sul do país e a reafectação destas para o centro do país.
A missão civil da UE, com sede em Bamako, foi lançada em 15 de Janeiro de 2015, na sequência do convite oficial do Governo maliano para ajudar as forças de segurança interna a reafirmar a autoridade do Governo em todo o país na sequência da “crise do norte do Mali”, que deixou vastas partes do país sob o controlo de várias facções.
A EUCAP Sahel Mali presta assistência e aconselhamento às forças malianas na execução da reforma da segurança, em estreita coordenação com outros parceiros internacionais, incluindo a delegação da União Europeia e a Missão das Nações Unidas de Estabilização Multidimensional Integrada no Mali (Minusma).
O Mali foi palco de dois golpes militares, um em Agosto de 2020 e outro em Maio de 2021.
O Governo adoptou um cronograma de transição para permitir que os civis retornem ao poder em Março de 2024.
A crise política anda de mãos dadas com uma grave crise de segurança em curso desde a eclosão, em 2012, da independência e das insurgências terroristas no Norte.
A antiga rebelião da independência tinha parado de lutar com o acordo de paz de 2015.
Os terroristas continuam a lutar contra o Exército do Mali e a sua violência espalhou-se para o centro do país, bem como para o Burkina Faso e o vizinho Níger.
Os grupos rebeldes presentes no país têm vindo a intensificar os ataques contra a população civil, assim como contra o exército maliano, forças estrangeiras e forças das Nações Unidas. A junta no poder enfrenta um isolamento internacional crescente.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou, em Novembro, o fim da operação Barkhane no Sahel, no meio da retirada das tropas internacionais devido às tensões com Bamaco sobre o seu adiamento das eleições para se manter no poder e o destacamento de mercenários do grupo paramilitar russo Wagner.