O nome do congressista Byron Donalds, da Flórida, está a emergir como uma possível escolha entre os conservadores que se recusam a apoiar Kevin McCarthy, noticiou ontem a agência Associated Press (AP)
O nome surge perante o impasse do Partido Republicano para eleger um líder na Câmara dos Representantes.
O líder na anterior legislatura voltou a ficar aquém dos 218 votos necessários para se tornar líder da maioria republicana na Câmara dos Representantes, depois da ala mais à direita continuar a bloquear a sua nomeação, apoiando candidatos alternativos dentro do partido.
Em três votações na Terça-feira e mais três essa Quarta-feira, os resultados têm sido praticamente os mesmos, com 20 membros mais conservadores dos republicanos a recusarem-se a apoiar McCarthy.
Os opositores de McCarthy indicaram vários outros candidatos, como Andy Biggs, do Arizona, ou Jim Jordan, de Ohio.
Byron Donalds juntou-se à lista de oponentes ainda na Terça-feira, ao mudar o seu voto de McCarthy para Jordan e surge também como alternativa para liderar a câmara baixa do Congresso norte-americano.
Donalds, de 44 anos, foi eleito em Novembro para o seu segundo mandato a representar o 19.º distrito da Flórida, no Sudoeste do Estado.
Natural de Brooklyn, Donalds foi criado por uma mãe solteira e formou-se na Florida State University, em 2002.
A sua mulher, Erika Donalds, é uma defensora do movimento de escolha escolar no Estado.
No ano passado, Donalds tinha dito à estação CBS que McCarthy tinha “feito coisas tremendas” pelos republicanos na Câmara dos Representantes.
E nas primeiras duas rondas de votação na Terça-feira, Donalds votou em McCarthy antes de optar por Jordan na terceira ronda, realçando, através da rede social Twitter: “a realidade é (…) McCarthy não tem votos”.
Já essa Quarta-feira, quando o seu próprio nome foi indicado, Donalds votou a seu favor.
Os republicanos adiaram a votação na câmara baixa do Congresso para as 20:00 (01:00 de Quinta-feira, em Angola), enquanto se mantém o impasse em torno da eleição de Kevin McCarthy e tentam encontrar uma solução.
Apesar de contar com 222 lugares na câmara baixa do Congresso, obtidos nas eleições intercalares de Novembro passado, o Partido Republicano não consegue entendesse-se sobre a escolha para a liderança e continua dividido.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já qualificou como “vergonhoso” o bloqueio à eleição do novo líder da Câmara de Representantes, devido às divisões internas dos Republicanos.
Numa situação inédita nos últimos 100 anos na democracia norteamericana, a candidatura de Kevin McCarthy à liderança da bancada republicana na câmara baixa do Congresso não parece ter sucesso.
Um sector dos ultra-conservadores republicanos, próximos do expresidente Donald Trump, recusa apoiar a candidatura de McCarthy para a liderança da Câmara de Representantes, alegando que este congressista não representa os valores genuínos do partido.
Esta ala criticou também McCarthy por este não ter negociado com eles uma reforma das regras do debate ou dos nomes para liderar as comissões parlamentares na nova legislatura.
McCarthy, legislador da Califórnia e líder das fileiras republicanas desde 2014, já tinha antecipado que não tinha os 218 votos necessários e que haveria “uma batalha na câmara”.