Os Estados Unidos disseram, essa Terçafeira, que respeitam a decisão da Assembleia Nacional de 2015, controlada pela oposição, de extinguir o governo de Juan Guaidó, que Washington tem reconhecido como Presidente interino do país sul-americano “A Assembleia Nacional de 2015 renovou o seu mandato, tomou as suas decisões e respeitamos e respeitaremos as decisões a tomar”, explicou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em conferência de imprensa.
Questionado se a Administração Biden ainda reconhece Juan Guaidó como seu interlocutor na Venezuela, Price disse que vai continuar a trabalhar com o opositor ao regime de Nicolás Maduro “como membro da Assembleia Nacional de 2015”. Ned Price destacou ainda que a posição dos Estados Unidos em relação ao Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, “não vai mudar”, porque “não é o líder legítimo da Venezuela”.
A Assembleia de 2015, cujo mandato já expirou e que a Assembleia Legislativa de 2021 com maioria oficial, decidiu na Sexta-feira extinguir o Executivo de Guaidó, que os Estados Unidos reconheciam desde 2019 apesar de não ter poder efectivo no país.
O porta-voz da diplomacia norte-americana quis sublinhar que Washington vai continuar a reconhecer a legitimidade da Assembleia Geral de 2015, porque “é a última instituição democraticamente eleita na Venezuela”.
“Nós e outras democracias da região continuaremos a apoiar os esforços da Assembleia Nacional de 2015 para devolver a democracia à Venezuela”, enfatizou Price.
O funcionário também lembrou que a Administração Biden está disposta a abrandar as sanções contra a Venezuela se houver avanço nas negociações mantidas no México pelo Governo de Maduro e a oposição agrupada na chamada Plataforma Unitária. Price disse que houve “desenvolvimentos positivos” no ano passado e que os Estados Unidos “gostariam de ver mais progresso”.
Os ex-deputados da oposição também concordaram, na Sextafeira passada, em continuar a reunir-se apenas para legislar sobre a protecção dos recursos da Venezuela no exterior, que até agora eram controlados pelo “governo interino”. Guaidó considerou a sua demissão uma vitória do chavismo.