As reservas internacionais apresentaram um aumento de 5% em comparação com mês de Novembro. O aumento deve-se à entrada de divisas resultantes das políticas de recuperação de activos
As Reservas Internacionais de Angola (RIL) encerraram o ano de 2022 com 14,47 mil milhões USD, de acordo com as estatísticas divulgadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA). Segundo o BNA, as reservas internacionais apresentaram um aumento de 5% em comparação com Novembro deste ano, ao sair de 13,8 mil milhões USD para os referidos 14,5 mil milhões USD.
Para o economista Eduardo Manuel, o aumento das reservas internacionais deve-se à entrada de divisas resultante das políticas de recuperação de activos em curso no país e também dos aos vários programas de investimentos do Governo, na sequência dos acordos bilaterais celebrados para os diversos sectores de actividade.
“Os números das reservas internacionais reflectem as oscilações registadas na balança de pagamentos, resultante dos aumentos e diminuições de divisas recebi- das durante o ano, devido à diminuição dos produtos exportados, proveniente do sector não petrolífero e também devido à diminuição do fluxo de entrada de divisas, provenientes do Investimento Directo Estrangeiro (IDE), cujo aumento foi compensado pelo sector petrolífero”, acrescentou.
O economista realça que o crescimento das reservas internacionais, além de contribuir para a estabilidade cambial do Kwanza em relação ao Dólar e o Euro, também contribui para o aumento das reservas disponíveis para a importações de imputs necessários ao desenvolvimento das indústrias que ainda não são produzidos a nível nacional. Segundo os números do banco central, as reservas internacionais em Janeiro do ano passado estavam fixadas em 13,4 mil milhões USD, tendo-se assistido a três sucessivos aumentos nos me- ses de Fevereiro 14,3 mil milhões USD, Março 14,4 mil milhões USD e Abril 15,3 mil milhões USD.
O valor correspondente ao mês de Abril foi o mais alto desde o início do ano de 2022. Em Maio, as reservas caíram em cerca de 2% para 15,1 mil milhões USD, a redução assistiu-se até ao mês de Julho quando se fixaram nos 13,7 mil milhões USD, novo aumento foi verificado em Agosto para 13,8 mil milhões USD, sendo que em Setembro deste ano as reservas se fixaram nos 13,6 mil milhões USD, em Outubro 13,4 mil milhões USD, já em Novembro estiveram na ordem dos 13,8 mil milhões USD.
Em termos homólogos (Dezembro de 2022 em comparação com Dezembro de 2021), as reservas internacionais tiveram uma redução de 7%, segundo cálculos do OPAÍS, com base nos dados disponibilizados pelo BNA. A diminuição das reservas inter- nacionais, de acordo com Eduardo Manuel, face a 2021, deve-se à redução do IDE, visto que, segundo o BNA, em 2021, registou- se em Angola entradas de IDE no valor de 7.597 milhões USD e, em 2022, 5.077,7 milhões USD e a diminuição das exportações do sector não petrolífero, resultante da diminuição do crédito ao investimento neste sector, relativamente ao ano 2021, pois neste ano registou-se exportações do sector não petrolífero de 1.743,2 milhões USD e ,em 2022, 1.688,3 milhões USD.
“A diminuição das reservas internacionais compensadas pelo sector petrolífero retratam a necessidade de se aumentar o investimento no sector não petrolífero, a fim de se diversificar e aumentar os produtos exportados”, disse. A redução dos activos em moedas estrangeiras deve-se não só à diminuição do investimento no sector não petrolífero, mas também às diminuições dos preços das commodities do sector mineiro no mercado internacional, o caso do diamante, acrescentou o economista.
POR: Joaquina Dungue