Com estimativas e média de crescimento a apontarem para mais de 30 milhões de habitantes no país, Executivo dá o ‘tiro de largada’ para inicio da complexa operação visando saber quantos somos e onde estamos
Angola prevê realizar o Censo Geral da População ao longo do próximo ano de 2024, dez anos depois de ter realizado o último em 2014, pelo que o Presidente da República acaba de criar uma Comissão Intermi- nisterial para garantir e preparar as condições técnicas, materiais e logísticas da operação (Despacho Presidencial nº 290/22 de 30 de Dezembro).
Integram a comissão, coordenada pelo Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, os ministros da Economia e Planeamento (coordenador adjunto), Defesa, Antigos Comba- tentes e Veteranos da Pátria, Interior, Finanças, Justiça e Direitos Humanos, Administração do Território, Educação, Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Transportes e o das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação.
A comissão está incumbida de “auxiliar na preparação e planificação das operações, propor as facilidades de trabalho dos recenseadores no campo, assegurar a unidade da informação e a cobertura territorial, propor novas formas de organização, gestão e controlo dos dados obtidos”, dentre outras atribuições. A mesma comissão deverá ser auxiliada por um Grupo Técnico coordenado pelo director Geral do Instituto Nacional de Estatística (INE) a ser integrada por técnicos especializados e deverá em 30 dias apre- sentar ao Titular do Poder Executivo um cronograma e plano de actividades.
Há dez, aquando do último senso, os dados indicavam que a população angolana, estimada na época em mais de 25 milhões de habitantes, era maioritariamente do género feminino, com 52%, enquanto a masculina era de 48%. A província de Luanda era a mais populosa, com 6,5 milhões de residentes à época e a do Bengo, com 351 579 habitantes, era a menos populosa do país. Angola com os seus 1 252 145 quilómetros quadrados de superfície de- tinha como densidade populacional 20 habitantes por quilómetro quadrado, estando esta densidade mais concentrada na província de Luanda, enquanto Cuando Cubango era a que registava uma densidade populacional mais baixa (2.6 habitantes por Km2).
Os resultados indicavam ainda que 62% da população residia em áreas urbanas. O Governo está a dar seguimento a uma recomendação da ciência. A demografia, a ciência que estuda as dinâmicas da população, aconselha a que os estados façam censos gerais da sua população, em média, em intervalos de dez anos.