Para atenderem diariamente os hospitais Américo Boa Vida, Pediátrico de Luanda e o Centro de Oncologia, os técnicos do Instituto Nacional de Sangue necessitam, no mínimo, de 40 unidades de sangue.
POR: Stela Cambamba
O Instituto Nacional de Sangue (INS) manteve as portas abertas das 8 às 20 horas, durante a época Natalícia, com o propósito de acolher os dadores voluntários que acorreram às suas instalações com o propósito de auxiliarem a salvar vidas. Eunice Manico, médica e Chefe do Departamento da Promoção da Dádiva de Sangue, Gestão de Dadores e Marketing, explicou, a OPAÍS, que tal iniciativa deve-se ao facto de nesta época se registar mais acidentes em relação aos outros meses do ano.
O aumento de casos de pacientes com malária nas unidades sanitárias, obrigando a inúmeras transfusões de sangue, também contribuiu para a adopção desta medida. De acordo com a médica, a instituição não tem um limite, pelo que quanto mais pessoas aparecerem melhor. A sua equipa fornece diariamente a “dádiva da vida” aos hospitais Américo Boa Vida, Pediátrico de Luanda, Centro de Oncologia. “Necessitamos de ter diariamente em estoque 40 unidades para atender todos os doentes, sem risco de registar falhas”, sublinhou.
Disse que o INS conta, habitualmente, com os doadores familiares que vêm-se obrigados a doar por terem alguém adoentado e há necessidade de ter mais voluntários. Pelo que, apelam para mais aderência de dadores a fim de aumentar a reserva. “Por agora, estão em falta doadores do grupo negativo (-)”, frisou. Eunice Manico disse que o Instituto atende em média 40 a 50 pessoas por dia e, em função da experiência que tem registado noutros anos, acredita que esta cifra venha a aumentar até o fim da quadra festiva. “Apesar das dificuldades que temos enfrentado, não temos casos de mortes por falta de sangue, devido ao apoio das famílias”, frisou. Porém, explicou que, por norma, as pessoas não devem esperar por doações de parentes.
“O sangue deve esperar o doente e não o contrário. Muitas vezes trabalhamos sob pressão com os dadores familiares porque o doente está à espera do sangue”, lamenta, Eunice Manico. Acrescentou ainda que o que mais a preocupa neste período é o facto de trabalhar maioritariamente com os doadores familiares. “Imaginemos que neste período da quadra festiva o doente é submetido a uma cirurgia e venha a precisar de muitas unidades de sangue, os familiares estão em festa e até se juntarem para a atender à necessidade do parente tem sido muito difícil”, frisou.
O INS tem por missão garantir as reservas de sangue, a nível nacional. Com o intuito de reforçar a importância da “dádiva de sangue”, sensibilizar novos dadores voluntários, fidelizar os já existentes, o Instituto lança a campanha de incentivo à dádiva para a Quadra Festiva. Explicou que, em princípio, todos os interessados podem candidatar- se para serem dadores regulares de sangue. Entretanto, a aceitação depende de uma série de factores que levam em conta o risco que aquela doação pode representar para a saúde do próprio candidato e para a saúde do indivíduo que vier a receber o sangue doado, questões que terão acompanhamento de um especialista do INS.