Caríssimo director do jornal O PAÍS, nesta semana das festas, espero que passe um Natal abençoado em nome de Jesus, aliás é a semana da família. Na edição de Quinta-feira, escreveu no vosso espaço “Carta do Leitor”, Manuel A. D. Varanda, o seguinte tema: mais respeito aos jornalistas. É um tema que continua actual, porque, os jornalistas que cobrem as sessões na Assembleia Nacional, têm sido abandalhados pelos funcionários daquele organismo.
POR: Jesus F. Domingos
Nos últimos dias, o Secretário do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, lamentou a forma como os seus colegas foram abandalhados. No memso dia, o responsável do SJA disse à imprensa que era preferível os profissionais boicotarem as coberturas na A.N, ou seja, não cobrirem. Como cidadão, concordo com esta atitude do SJA, porque os jornalistas, bem como os cidadãos devem ser respeitados.
A Assembleia Nacional, a par do Poder Executivo e do Judicial, faz parte dos órgãos de soberania. Isto, como é evidente, demonstra que há uma clara e efectiva separação de poderes no ordenamento jurídico angolano. Porém, é lícito dizer que os direitos e deveres fundamentais são discutidos e aprovados na A.N. Por isso, é feio a A.N ter um papel superior ao do tempo do paleolítico nos dias que correm. A Assembleia Nacional tem de saber dar exemplo, porque o direito a informação tem dignidade constitucional.
E mais, ele se só materializa com a acção praticada pelos órgãos de comunicação social, públicos ou privados. Quando se coarta esta liberdade, é caso para dizer que o passado na Assembleia Nacional ainda faz morada. É preciso uma cabeça mais arejada. Informar e ser informada é um direito inalienável, por isso A.N tem a obrigação de corrigir esse erro e mudar de postura.
Aliás, nas outras paragens, os jornalistas trabalham em condições seguras e respeitadas, e os membros da nossa A.N quando para lá se deslocam até apoiam. Por mais que se evoque razões de segurança, é importante tratar todos à letra da lei, portanto respeitem mais os jornalistas. A democracia é de todos e para todos. De outro, também sou favorável ao boicote.