Mais de 100 quilogramas de cocaína foram encontrados com alguns dos integrantes deste grupo de marginais. No entanto, o chefe da secção de Informação e Análise do Departamento do Narcotráfico do SIC, Carlos Manuel, garante que a situação da droga no país não é alarmante, mas preocupante, dada quantidade apreendida este ano.
POR: Stela Cambamba
Seis membros da mesma família, incluindo uma cidadã de 60 anos de idade, foram apresentados ontem, à imprensa, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), em Luanda, por, supostamente, pertencerem a uma rede que traficava cocaína proveniente do Brasil. Além destes cidadãos nacionais, detidos em flagrante delito, a quadrilha é constituída por mais de 10 integrantes, alguns dos quais de nacionalidades nigeriana e congolesa democrática. Segundo os investigadores, alguns se encontram em fuga, mas estão a ser envidados os esforços necessários para a sua captura.
O alegado líder da quadrilha no seio da família de vendedores de droga, filho da anciã, locomove-se numa cadeira de roda e tinha como auxiliares os irmãos e sobrinhos, residentes no barro Dangereux. O superintendente-chefe António Paim explicou que durante o ano em curso, das operações realizadas por agentes do SIC, no que tange ao combate ao narcotráfico, foi possível apreender na posse destes indivíduos mais de 100 quilogramas de drogas provenientes da República Federativa do Brasil, nomeadamente dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Disse que foi possível constatar que os traficantes aliciam muitos jovens cuja condição social é de renda baixa, que ante promessas fúteis de se deslocarem ao exterior do país e de enriquecimento fácil aderem com facilidade. António Paim salientou que os traficantes têm preferência por mulheres que, pela anatomia fisiológica que possuem, conseguem dissimular a droga na cavidade vaginal, seios, cabelo e até por ingestão. Realçou que a apetência pelo lucro fácil é que leva os aliciados não olharem a meios para alcançar determinados objectivos financeiros.
“Uma grama desta droga é vendida a 10 mil kwanzas e uma capsula composta por 10 gramas é comercializada por 100 mil kwanzas”, afirmou Carlos Manuel, chefe da secção de Informação e Análise de Departamento do Narcotráfico do SIC. Esclareceu, de seguida, que em termos de comparação, a situação da droga no país não é alarmante, mas preocupante, devido à quantidade que este ano foi apreendida, sem avançar mais dados. Por agora, as investigações continuam a decorrer e a instrução preparatória de processos-crime, no qual vão os 14 detidos acusados de associação criminosa e tráfico de estupefacientes.
Em função desta situação, o SIC apela às pessoas no sentido de cumprirem escrupulosamente c as regras da boa convivência, da moral e cidadania e evitarem práticas que lesam os interesses do Estado e dos cidadãos. Por outro lado, reitera ainda a sua disponibilidade, prontidão e firme convicção no combate à criminalidade e o seu compromisso de bem servir a nação e o país. “Pelo que, em caso de denúncia relativa ao tráfico de droga, devem os cidadãos contactar os terminais telefónicos 997 469 441 ou 222 403 517”, apelou António Paim.