Manuel Augusto anuncia restruturação a partir de 2018, bem como a nomeação de novos embaixadores pelo Presidente da República.
POR: Brenda Sambo
O ministro das Relações Exteriores, Manuel Domingos Augusto, apontou ontem, em Luanda, a possibilidade, a breve trecho, de encerramento de missões diplomáticas de Angola no exterior, em virtude da crise económica e financeira. De acordo com o responsável que falava à imprensa no final do encerramento da “Apresentação Pública da Estratégia e Plano de Sustentabilidade do Porto de Luanda”, não se deve continuar a manter embaixadas com trabalhadores a atravessarem situações difíceis como salários em atraso, despesas com a segurança social entre outras situações.
O titular da pasta explicou que, neste momento, e dada a dificuldade que o país atravessa, o país vai tentar adaptar a figura de representação regional, em que uma dada embaixada ou mesmo embaixador poderá representar o país em outros países que fazem parte da mesma região. Neste caso, acrescentou que, apesar de ser um método já usual, de agora em diante será aplicado de forma alargada, por forma a fazer face às dificuldades financeiras.
Garantiu, por outra, que está em curso, no Ministério das Relações Exteriores, o programa de reestruturação do corpo diplomático angolano, desde embaixador a cônsul. Segundo Manuel Augusto, a partir do próximo ano, ainda no quadro da reestruturação do MIREX, o Presidente da República, João Lourenço, vai fazer uma movimentação de embaixadores. “Há embaixadores que poderão vir trabalhar em Angola, no Ministério, e outros que irão para o exterior.
Vamos redimensionar, ou seja, não vamos só fechar, mas tentar ajustar os interesses de Angola com as nossas representações”, disse. Para além de encerrar alguns consulados e também embaixadas, o dirigente acrescentou que, o Executivo vai tentar reposicionar também algumas embaixadas. Só no continente africano, por exemplo, disse existirem embaixadas onde Angola deveria estar presente através de alguns interesses estratégicos.
O chefe da diplomacia angolana garantiu, por outro lado, que o ministério vai continuar a trabalhar com o foco na cooperação económica com outros países. Informou ainda que neste momento, o MIREX, em parceria com os ministérios do Planeamento e da Economia, trabalha no sentido de organizar institucionalmente a classe empresarial nacional. “Precisamos que os nossos homens de negócios estejam devidamente enquadrados em parcerias com o Governo, para serem o braço de ferro nesta parceria económica que pretendemos ter no próximo ano”, disse.