João Lourenço, no encerramento do seminário do Grupo Parlamentar do seu partido sobre a corrupção, em que discursou na qualidade de vice-presidente do MPLA, mas acabou por ser aquilo que também é, Presidente da República (e despir- se desta pele seria o mesmo que resignar), acabou por reafirmar algumas promessas eleitorais e por demonstrar, para quem quis ouvir e inteligir, que o país e o MPLA estão reféns da luta contra a corrupção se se pretende ter futuro. É bom que se entenda isso.
POR: José Kaliengue
O mundo espera por sinais, ou será melhor esquecermos o investimento privado e os correspondentes cambiais, com o risco de uma sublevação popular que deite tudo a perder. João Lourenço voltou a falar dos dinheiros de angolanos lá fora e que devem ser repatriados.
Algum desse dinheiro saiu legalmente, mas presume-se que muito mais saiu de forma ilegal. O problema reside em como fazê-lo voltar. Alguém alguma vez viu um país europeu a devolver dinheiros saídos de África? Eles cercam e cativam tudo. Os casos de políticos angolanos na justiça portuguesa, que agora derivam para empresários, e outros tantos “escândalos” são disso exemplo, o cerco ao dinheiro que querem reter.
Aliás, quem tirou daqui malas de dinheiro não conseguirá trazê-lo nas mesmas malas, será preso na Europa. Como repatriar dinheiro não declarado sem arranjar makas judiciais? Há que estabelecer acordos de amnistia com o Estado angolano para que seja este a reclamá-lo como dinheiro desviado, os “donos” podem “recebê-lo” cá e criar empresas. Outra via, para o dinheiro que saiu legalmente, mas não justifi cado quanto à origem, é aproveitar os bancos angolanos no exterior e por via destes implementar aqui projectos sérios de investimento, ou, em alternativa, perder tudo.