Quando o arquivo do escritor colombiano Gabriel García Márquez, falecido em 2014 aos 87 anos, foi vendido à Universidade do Texas, há dois anos, diversos questionamentos foram feitos sobre deixar um património literário sul-americano em posse dos Estados Unidos da América.
Na contramão das críticas, a biblioteca da universidade disponibilizou, gratuitamente, parte desse arquivo na Internet. No total, o arquivo reúne 27 mil páginas de trabalhos de Gabo, além de imagens pessoais do autor, alguns rascunhos e até a sua colecção individual de passaportes. Um dos livros mais celebrados do escritor, “Cem anos de solidão”, encontra-se disponível para leitura em inglês ou em espanhol.
O arquivo também oferece acesso ao segundo volume de um livro de memórias do escritor. Manuscritos do seu último romance, “We’ll See Each Other in August”, que García Márquez não conseguiu concluir, no entanto, não estão disponíveis no arquivo on-line. Recorde-se que um capítulo da obra já fora publicado em espanhol no jornal “La Vanguardia”, de 2014.
Biografia do escritor
Gabriel García Márquez nasceu a 6 de Março, na cidade de Aracataca, na Colômbia, é autor do livro “Cem Anos de Solidão”, publicado em 1967. Recebeu o prémio Nobel de Literatura em 1982, pelo conjunto das suas obras. Em 1962 ganhou o prémio Esso de Romance, na Colômbia, com “O Veneno da Madrugada”. Trabalhou em vários jornais, foi correspondente internacional na Europa e em Nova Iorque. Pela sua amizade com Fidel Castro e suas críticas aos exilados cubanos, foi perseguido pela CIA.
Foi acusado também de colaborar com a guerrilha na Colômbia e exilou-se no México onde escreveu várias obras. Filho de Gabriel Elígio García e Luísa Santiaga Márquez, o casal teve onze filhos. Gabriel foi criado com os avós, em Aracataca, enquanto a família vivia na cidade de Barranquilla. Estudou no Liceu Nacional de Zipaquirá, em Barranquilla.
Estudou Direito e Ciências Políticas na Universidade Nacional da Colômbia, em Bogotá, que não concluiu. Casado com Mercedes Barcha, teve dois filhos, Rodrigo e Gonzalo. Iniciou a carreira literária no final da década de quarenta, com a publicação de contos que retratavam um mundo fantástico que percorre e marca toda a sua obra. Em 1949 ingressou no jornal El Universal, trabalhou também no El Heraldo e no El Espectador.