Na visão de renomadas agências económicas, depois das eleições de Agosto último, o país vive um momento de abertura que pode incentivar um rápido crescimento.
Abertura económica iniciada pelo novo Governo de Angola saído das eleições de Agosto de 2017, nomeadamente nos sectores das telecomunicações e do petróleo, está a melhorar as perspectivas do país no médio prazo, levando alguns centros de análise a preverem um crescimento mais acelerado.
Após o ministro das Telecomunicações de Angola ter anunciado a abertura de um concurso internacional para atribuição de uma licença a um quarto operador, a par da privatização de 45% da operadora pública Angola Telecom, a Economist Intelligence Unit indicou a probabilidade de rever as suas previsões de crescimento económico para o país, em virtude da abertura do mercado de telecomunicações, um passo “potencialmente significativo para melhorar o ambiente geral” de negócios.
A EIU prevê actualmente um crescimento de 2,7% para a economia angolana em 2017, que abrandará para 2,4% em 2018, enquanto o Fundo Monetário Internacional prevê um crescimento de apenas 1,5% este ano, depois de no ano passado, segundo estatísticas, a economia angolana ter estagnado.
A EIU afirma no seu mais recente relatório sobre Angola que poderá haver “interesse significativo no concurso” para o novo operador, dado o potencial do mercado, e que uma maior concorrência entre operadores levará os serviços de telecomunicações a “melhorarem e serem mais baratos”, um “desenvolvimento positivo para o sector privado emergente do país e para os esforços de diversificar a economia do país, evitando a dependência em relação ao petróleo”.
O boletim Africa Monitor Intelligence referiu, por seu turno, que a abertura nas telecomunicações é vista também “como um teste à capacidade do novo Governo na resolução de constrangimentos à actividade empresarial”, num país cujo ambiente de negócios está entre os piores do mundo, na classificação do Banco Mundial.
No curto e médio prazo, adianta o boletim, o sector do petróleo manter-se-á o “motor” da economia e “foi aquele em que os investidores reagiram de forma mais rápida às alterações perspectivadas”, nomeadamente um novo modelo para o sector preconizado pela nova administração da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), chefiada por Carlos Saturnino.
A reacção envolveu, no espaço de duas semanas, a assinatura de dois acordos pela Sonangol, num caso com a petrolífera italiana ENI, para produção do bloco Cabinda Norte e a colaboração no desenvolvimento de projectos de gás natural, e, no outro, com a francesa Total, para exploração do Bloco 48, em águas ultra-profundas, o desenvolvimento do Bloco 17 e a criação de uma empresa em regime de parceria, em partes iguais, para operar na distribuição de combustíveis refinados.