O grupo Carrinho, empresa gestora da Reserva Estratégica Alimentar (REA), revela ter já cadastrado 58 mil pequenos produtores de milho e feijão, facto que tem permitido in- verter o cenário de importação de milho
O director de marketing da Carrinho, Yuri Rodrigues, disse a o jornal OPAÍS que no quadro do fomento agrícola, a empresa está a prestar assistência técnica a produtores de outros grãos, numa altura em que o Ministério da Indústria e Comércio quer inverter a importação de pro- dutos da cesta básica, com desta- que para os que o país já os tem em demasia. Através da Carrinho-Agri, tem sido fomentada a produção de culturas como arroz, trigo, feijão, entre outros de um pacote de mais de 10 produtos da cesta básica.
“Com os nossos 58 mil produtores, nós conseguimos já parar a importação de milho e, actualmente, a fuba tio Lucas é 100% nacional “, disse. A gestora da REA reconhece que, no que respeita à produção de feijão, ainda há um trabalho pela frente, mas tudo tem sido feito para se evitar a sua importação, ao que se junta também o fomento à produção de trigo, segundo disse Yuri Rodrigues. “Os produtores já registados fazem rotação de culturas. Ou seja, entre o milho, a soja, o algodão…Este ano também já começamos a ter algumas flores de algodão a brotar”, refere.
De acordo com o interlocutor, no início, a sua empresa encontrou dificuldades na transição de importação de produtos como milho para a aposta na produção nacional, porquanto as primeiras culturas encontradas foram feitas de forma familiar, mas, actualmente, com o acompanhamento técnico e o fomento em curso, o quadro inverteu-se consideravelmente. “Damos imputes agrícolas, como sementes, fertilizantes, enxadas e pás, para ajudar os produtores a terem melhor qualidade. O milho nós já não importamos, já tem qualidade industrial. Já vimos feijão de qualidade”, assegura.
Arrumada que está a questão da auto-suficiência na produção de mi- lho no país, a gestora da REA, que conta com um orçamento acima dos USD 200 milhões, conforme dados oficiais consultados por este jornal, corre, agora, atrás de outros grãos, por via de apoio técnico a produtores nacionais. A Reserva Estratégica Alimentar, lançada em Dezembro de 2021, visa regular o mercado e influenciar a baixa de preços de produtos alimentares essenciais que integram a cesta básica, garantindo aquisição, armazenamento e distribuição de mais 520 mil toneladas de produtos alimentares, parte dos quais já produzidos e transformados localmente.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela