A Sonangol e parceiros vão inaugurar, hoje, Terça-feira, a primeira fase da Central Fotovoltaica de Caraculo, no Namibe, que prevê uma capacidade global de 50 megawtts
Nesta primeira fase do projecto está previsto o lançamento dos 25 megawtts de energia limpa, num total de 46 mil painéis solares e numa acção conjunta da Sonangol e a multinacional italiana ENI, segundo a petrolífera nacional. Depois desta fase, serão adicionado outros 25 megawatts, perfazendo os 50 megawtts previstos do projecto.
As primeiras centrais fotovoltáicas estão na província de Benguela, concretamente na região do Biópio (188,8 MW) e da Baía Farta (96,7 MW), inaugura- das, em Julho de 2022, pelo Presidente da República, João Lourenço, A cargo da empresa italiana Saipem, a electricidade gerada pela central de Caraculo vai ser “despachada” para a rede de transmissão do Sul, de acordo com a Angop.
O projecto está localizado numa zona desértica não habitada e vai contribuir para a redução do consumo de gasóleo para a produção de electricidade, assim como apoiar a transição energética, além de reforçar a matriz energética em Angola, com mais de 5,9 mil megawtts. Além de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito de estufa (GEE), o projecto enquadra-se nos objectivos do “Angola Energia 2025”, um plano a longo prazo do Governo que tem como principal objectivo proporcionar à população o acesso a serviços energéticos básicos.
À semelhança do projecto de Caraculo, a Sonangol está, também, a implementar outro na região de Quilemba, província da Huila, com a multinacional TotalEnergies, com a previsão de produzir, inicialmente, 35 megawatts para, posteriormente, adicionar o equivalente para se atingir 80 megawatts de energia. A petrolífera nacional, de igual modo, está a trabalhar com o grupo alemão Gauff e Conjunta na construção e operação de uma planta de hidrogénio verde e derivados, um projecto localizado junto ao Terminal Oceânico da Barra do Dande, prevendo-se a produção de 280 mil toneladas, por ano, assim que entrar em funcionamento esta iniciativa.
Em 2022, a Sonangol definiu a sua estratégia de transição energética para o período 2022-2030, com base na utilização de hidrocar- bonetos como fonte de financiamento do processo, tendo o gás como fonte de energia transitória para as energias renováveis. Em termos de energias renováveis, incluíndo hidroeléctrica, a percentagem do fornecimento de energia que, desde 2022, ronda os 56% passará para 70%, em 2030, e 94%, em 2050, enquanto a de fonte térmica passará de 6,0 %, atingida em 2022, para 12,4% em 2030 e 32,9% até 2050, de acordo com as metas contidas na Estratégia de Longo Prazo (ELP Angola – 2050).