A iniciativa é dos ministérios da Educação e Transportes, que vão colocar os meios rolantes ao serviço das mais de 16 mil escolas do país. Entretanto, o programa foi duramente criticado por especialistas e administradores locais que entendem que este programa não se compadece com a reforma do Estado que se pretende
Por: Milton Manaça
Os alunos matriculados no ano lectivo 2018, do Ensino Primário ao Segundo Ciclo do Ensino Secundário, poderão ganhar mil e 500 autocarros para o seu transporte, gratuito, conforme anunciou a representante do Ministério dos Transporte, Noélia Costa, durante o Fórum dos Municípios e Cidades que decorre em Luanda desde ontem.
O programa denominado “Mobilidade Escolar” vai contar com a distribuição de passes sociais para acesso aos autocarros que, segundo Noélia Costa, visa diminuir as distâncias percorridas pelos alunos, principalmente os do interior do país, para chegarem às escolas. A medida, que é da iniciativa conjunta dos ministérios da Educação e Transportes, visa diminuir o absentismo escolar e prevê ainda o fornecimento de cerca de 10 camiões-oficinas e bases de apoio para manutenção da frota a ser entregue.
Luanda é a província que receberá o maior número de autocarros, num total de 250, por ser onde está concentrado o maior número de escolas e, consequentemente, matriculados mais alunos. Os responsáveis do programa de Mobilidade Escolar dizem que, com base nos estudos feitos, Angola tem até ao momento 16 mil e 924 escolas, unidades em que serão distribuídos os meios rolantes.
O plano contempla a formação dos técnicos que trabalham na criação dos passes de acesso, bilhética, motoristas e pessoal de apoio, estando previsto cerca de quatro mil postos de trabalho pelo país. “Teremos um sistema de georreferenciamento e poderemos ver em tempo real a circulação dos autocarros, podendo saber se o aluno foi ou não a escola.
O tempo que os pais usam para acompanhar as crianças poderão dedicar a outras actividade”, disse Noélia Costa, tendo referido que 10 por cento dos autocarros está adaptado para os deficientes físicos, enquadrados na Lei da Acessibilidade.