O extremo do 1º de Agosto, Milton Valente, de 25 anos, foi o melhor recuperador e o melhor lançador na linha dos dois pontos do Campeonato Nacional sénior masculino de basquetebol (Unitel Basket 2022/2023), falou do seu percurso ao jornal OPAÍS.
O atleta fez saber que ainda não renovou com o clube militar, tendo manifestado também o desejo de estar presente no Mundial da Ásia em que Angola vai participar em Agosto próximo
O extremo do 1º de Agosto, Milton Valente, de 2,2 m de altura, começou a dar os primeiros passos no mundo da modalidade da bola ao cesto aos 8 anos, por influência da sua primeira prima, Celma Bento, esta na altura já militava na equipa central das Forças Armadas Angolanas.
Depois de receber o convite de Celma Bento, Milton Valente não resistiu porque na zona do Banga Sumo, no bairro Prenda, onde vivia, já recebia incentivo dos vizinhos devido à altura que apresentava.
Após se inscrever no escalão de mini-basquetebol, Milton Valente conta que foi bem recebido pelo treinador Afonso que apelidouo de Yao Ming, uma vez que a sua altura colocava respeito perante aos adversários.
Ainda na fase de formação, os seus pais mudaram-se para a Rua 9, junto ao Campo do Felício também no Prenda, onde muitos jovens se inclinaram no alcoolismo e na delinquência, Milton Valente confessou que não perdeu o foco pelo basquetebol.
O extremo revelou que não andou em maus caminhos, uma vez que a sua vida era dividida: escola, igreja e os treinos no 1º de Agosto.
“Tive uma educação boa, porque consumia muito bem os ensinamentos dos professores da Igreja Metodista Unida de São Thiago, junto ao Instituto Médio Industrial Simione Mucune”, explicou.
Voltando ao escalão de mini-basquetebol no 1º de Agosto, Milton Valente faz saber que foi bem recebido também pelos colegas, que em verdade foram fundamentais no processo de aprendizagem.
Por esse motivo, o extremo sublinhou que a conquista de vários títulos durante a formação marcaram a sua adolescência.
“Não posso esquecer a conquista do título Africano em sub-16, no Madagáscar, no ano de 2014, bem como as presenças nos mundiais de sub-17 e 19”, recordou.
“Espero estar no Mundial”
Após boas exibições nos juniores, Milton Valente foi chamado para fazer parte da equipa sénior, onde trabalhou durante uma temporada, pelo técnico Paulo Macedo.
Na época seguinte, o jogador foi emprestado à Marinha de Guerra, equipa “satélite” do 1º de Agosto: “onde joguei por duas temporadas.
Depois a Marinha de Guerra mudou de nome, ou seja, passou a chamar-se Academia”.
José Carlos Guimarães foi o treinador que me lançou para a equipa principal da Academia, é óbvio que gostou do meu trabalho.
“Depois o processo foi normal até chegar à equipa A do 1º de Agosto”.
“Quanto ao segredo da excelente exibição na última janela de apuramento para o Mundial da Ásia zona africana, prova disputada no Arena do Kilamba, em Luanda, que culminou com a qualificação da Selecção Nacional, foi fruto do trabalho árduo.
Não só com a equipa, mas também pelo trabalho que fazia extra com o treinador Edvaldo e Dionísio”, revelou.
Milton Valente foi fundamental pelo segundo lugar que o 1º de Agosto conquistou no Campeonato Nacional, o mesmo levou para casa o troféu de melhor recuperador e melhor nos dois pontos.
“Vou continuar a trabalhar para que na próxima temporada supere a prestação de 2022/2023. Sei que não será fácil, porque os adversários estão a trabalhar”, afirmou.
O jogador confessou que o seu futuro é incerto, uma vez que está em fim de contrato com a equipa central das Forças Armadas Angolanas.
Ainda assim, o Milton Valente está esperançoso em renovar. “Estou feliz no 1º de Agosto, mas isso não depende só de mim.
Aliás, tenho um representante que está a cuidar do meu futuro”, afirmou, acrescentado que há no país clubes interessados em contratar.
Por outro lado, o jogador, que tem como fonte de inspiração Miguel Lutonda, espera estar entre os convocados para representar a Selecção Nacional sénior masculina no Mundial da Ásia, em Agosto próximo.
“Estou a trabalhar muito para chegar às principais ligas europeias, mas o sonho de militar na NBA não está esquecido.
Uma vez que na vida nada é impossível, porque se Deus abençoar mesmo antes de 30 anos ainda posso chegar à liga norte-americana de basquetebol”, perspectivou.