Ilustre coordenador do jornal O PAÍS, obrigado pela oportunidade que me dá nesta edição de Quarta-feira, visto que sou leitor assíduo do vosso título. Aproveito o momento para escrever algo que me vai inquietando. Nos últimos tempos, para dar resposta às necessidades dos cidadãos, a província de Luanda viu um ligeiro aumento na sua frota pública e privada de autocarros em vários pontos.
Apesar do esforço das empresas em questão, os cidadãos continuam a viajar feitos sardinhas enlatadas durante horas e horas e, às vezes, num trânsito frenético. Por incrível que pareça, as mulheres são as que mais sofrem quando os autocarros estão superlotados, sobretudo aquelas que usam roupas curtas apertadas. À medida que a viagem começa, com a “máquina” lotada, o roça-roça, no corpo das senhoras, por parte de alguns jovens e senhores, funciona como se fosse tarrachinha viajando de um ponto para o outro.
As tantas, as mulheres já não ligam, mas fica patente a forma como as senhoras são desrespeitadas, sendo certo que muitos jovens e senhores, tendo noção dos factos, o fazem de propósito. Já houve situações em que as senhoras notam a intenção e acto contínuo agrediram o roçador, porque, antes do ataque contra o tal, viu-se uma ligeira, senão uma grande inflamação na parte frontal que o ligava aos membros inferiores.
Daí que, muitas mulheres, quando sabem que têm pouco dinheiro e vão andar de autocarro, preferem trajar calças “jeans”, de modo a evitar tais abusos. Por isso, gostaria que as autoridades tivessem esses aspectos em conta, aumentando o número de autocarros na via para se viajar mais livre e sem toques corporais de pessoas desconhecidas. Há momentos em que as zungueiras, quando sobem nos autocarros, começam logo a disparar contra os roçadores, visto que muitos se deslocam de uma paragem para outra, a fim de sentirem o corpo de mulheres que diariamente vão à procura do pão para os filhos, mais respito por favor!
POR: Genina Amaral, Cacuaco