A nossa sala liga à sala da nona e da sétima classe. Acredito ser o único aluno que me domicilio na última carteira e não entendo nada do que se diz, porque os humanos, que nego serem adjectivados de meus colegas no meu dicionário, são uns cambadas fabricadores de alaridos.
Os meus colegas, inculpados que são porque os pais incumbidos não os acostumaram a sentarem-se à mesa para um café recheado de educação, gargalham-me sempre por não saber grafar o meu nome na folha de prova.
Gargalham-me sempre quando me coloco em pé para uma questão fazer.
Gargalham-me sempre quando faço uma observação à volta dessa merda vida e não acorda o senso comum deles.
Não sou doxógrafo.
Confesso, apesar da escrita que tenta colocar o baralho na minha cabeça, cá rego nela uma filosofia muito distante daquilo que tentam pensar, por isso não me entendem.
Gargalham-me sempre quando o professor pede para escrever a palavra «povo» e eu troco as sílabas todas para «ovoq».
Eles não me entendem, não entendem essa coisa que há em mim, essa coisa que a Psicologia ilustrou-me outrora ser talvez a disgrafia, dislexia, cacografia, ca-ortografia, cacofonia ou outras makas do país a colocaremme nessa condição. Eles não me entendem e nunca me vão entender.
Sei que entender o homemanimal não é um exercício fácil de encontrar o denominador comum.
É preciso antes ser humano ou ser amigo mais próximo da leitura para depois entender o homem-animal.
E a pessoa que inclina os quatro-olhos à leitura das coisas, se o equívoco não me ter, talvez tenha todas as técnicas para entender o homem-animal.
Talvez, seja isso que falta nestas pessoas que insisto em chamálos de colegas. Aliás, no meu dicionário nego chamá-los de colegas.
Os meus colegas são inimigos próximos do silêncio; são produtores dos ruídos quando se chega a hora de fazer ciência; são pessoas normais muito anormais; são assassinos, matam aula, esmagalham aula, mastigam aula e torturam Paula Tina mente as aulas; são reprodutores de matérias; são fugueiros ou são todos adjectivos pejorativos.
Por isso vou parar, parei mesmo. Preciso ir ao intervalo.
Por: “AC VAYENDA