As primeiras 35 casas de total um de 372 para os sinistrados das chuvas que afectou os municípios do Lobito e da Catumbela, em Benguela, em 2015, foram entregues ontem pelo governador provincial de Benguela, Luís Nunes, cumprindo desse modo oito anos depois, com a promessa do Governo
Num misto de sentimentos, choros e alegria marcaram a entrega das primeiras 35 casas aos sinistrados das cheias de Março de 2015, nos municípios do Lobito e Catumbela. No entanto, o Governo “corre” agora atrás de um financiamento para a conclusão de 200 casas, sendo que até final deste ano 172 outras vão serão entregues, numa empreitada que custará 1, 5 mil milhões de Kwanzas.
Falando à imprensa, no termo da cerimónia de entrega das casas, Luís Nunes comprometeu- se, dentro de três meses, pôr à disposição dos sinistrados mais 50 casas. “Depois vamos fechar um outro acordo, porque elas são mais de 300 casas. E nós queremos acabar”, – assegura, tendo dado conta de que o Governo está a fechar um contrato com uma empresa para se debelar o problema de falta de água para os moradores.
“Vamos ver se arranjamos uma zona comercial, para fixar já as pessoas, para elas não terem de ir à procura de outros tipos de seviços fora. Nós temos a escola de sete salas. Temos o centro de saúde, e assim vamos pôr os respectivos serviços para que as pessoas possam utilizar”, disse o governante, que projecta crescimento para a Urbanização dos Cabrais. Estando o primeiro pacote fecha- do, nos termos do qual 172 devem ser concluídas até final do ano, Luís Nunes, que reitera a máxima de que “só promete o que é capaz de fazer”, corre, agora, atrás de financiamento para a conclusão de mais de 100 casas, sendo certo que as mesmas já constam no Orçamento Geral do Estado para exercício económico de 2023.
Empreiteiro
José Pederneira, proprietário da empresa PIS-Engenharia e Construção Civil, assegura trabalho para que, no prazo de três meses, as outras casas de que falou o governador sejam entregues. Questionado se ele é que vai construir as outras casas, o empresário manifesta cepticismo, mas gostaria de ser ele a ir até ao fim.
Beneficiários
Por um lado, estavam cidadãos como Geremias Novembro, que recebeu do governador as chaves da sua casa, por outro, estava a dona Firmina que não entende as razões de não lhe ter si- do entregue a sua residência que por sinal ainda não está concluída,, embora tenha recebido garantias do governador segundo a qual as obras terão continuidade. Tal como Geremias, Emília Canduco louva, igualmente, a acção do Governo na materialização de uma promessa de há 8 anos, na sequência de uma chuva torrencial, , mas reclama de algumas condições.
De água à escola, passando por mercados para aquisição de bens essenciais. “Estamos a viver uma vida péssima. Maior dificuldade aqui é a água. Nós tiramos água de um buraco e, às vezes, é que vêm carros cisternas”, sustenta Emília, que critica aquilo a que chama de esquecimento por parte do Governo. De acordo com o governador provincial de Benguela, numa primeira fase, o financiamento permitiu apenas a construção de 172 casas, que deverão ser entregues, faseadamente até ao final do ano. De salientar que de 2015 a 2023 passaram-se oito anos desde que o sinistro se deu.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela