A quizaca mista com feijão, mabangas na brasa, cabrité de panela e o funge de milho servido com folhas e quiabo centralizaram as atenções na feira de gastronomia na zona B, nos arredores da cidade de Benguela.
Numa organização conjunta da Administração Municipal de Benguela e o grupo Refriango, a feira gastronómica visa dimensionar o programa das festas alusivas aos 406 anos de fundação da cidade das Acácias Rubras, a assinalar-se a 17 de Maio.
O evento teve como vencedora a jovem Emérita Buete, representante da zona D, com 48 pontos, uma das sete mulheres empreendedoras participantes e que se dedicam à confecção de comida tanto em casa, como em mercados informais.
Com efeito, Emérita Buete apresentou uma sugestão inovadora baseada num prato exótico: um guisado de peixe servido com arroz branco, designado “Mukeka”, em Kimbundo, mabangas na brasa (frutos do mar) e um pudim com tamanho bastante reduzido
Nos lugares imediatos classificariam-se as cozinheiras Kiakumbeta António, zona F, com 46 pontos, Maria Helena, zona E, 44 pontos, Maria Coimbra, zona A, 40 pontos, e Isabel Aurélio, zona D, com 31 pontos.
Quanto à categoria de prato preparado com cerveja Tigra, foi vencedora a concorrente Maria Coimbra, seguida de Beatriz Santos e Maria Helena.
Após o anúncio dos resultados, a vencedora, que concilia a sua vida profissional com a gastronomia, contou que se apaixonou pela culinária angolana desde os seus nove anos de idade e, agora, almeja contribuir para o resgate da identidade gastronómica do país.
Em relação ao menu apresentado ao júri, a jovem disse tratar-se de um prato com sabor exótico originário de Angola, mas que se tornou muito popular no Brasil e em Portugal.
“Investiguei que o prato foi criado em Angola, mas a nossa cultura está a esquecer-se desses pratos”, referiu, defendendo que é necessário resgatar a cultura gastronómica do país, pois muitos desses pratos à moda angolana já foram adoptados como se fossem originários do Brasil e Portugal.
A propósito, o presidente da Associação dos Industriais de Hotelaria de Benguela, Jorge Gabriel, que encabeçou o corpo de júri, reconhece que, pelo que testemunhou na feira da zona B, Benguela continua a ser auto-suficiente no que respeita à gastronomia e à restauração.
“Estou surpreendido com o que eu vi na periferia. Muito boa qualidade e higiene na preparação, ao contrário do que, às vezes, a gente vê nas praças”, salientou, para quem foi bastante difícil encontrar a vencedora.