O Semba, um género de música e de dança tradicional, foi classificado como “Património Cultural Imaterial Nacional”, no domínio das formas de expressões culturais, através do Decreto Executivo 54/23, do Diário da República, publicado na Terça-feira, 2 de Maio
Segundo consta, esta classificação deve-se a sua constatação como um género de música e dança que contribui para a construção da angolanidade, de igual modo, uma forma de comunicação que assegura a identidade e coesão.
Através deste procedimento almeja-se salvaguardar e valorizar o estilo musical e dançante para a as actuais e futuras gerações.
Semba é um género de música e de dança tradicional de Angola que se tornou popular nos anos 50.
A palavra Semba significa “um bigada” em kimbundo. Numa tradução livre, representa “um toque das barrigas” um dos movimentos mais reconhecíveis e divertidos neste estilo de dança.
Satisfeito com a classificação, o presidente da Comissão directiva da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC), Zeca Moreno, observa que este passo deve ser consolidado com várias acções a favor do Semba no país.
Pelo facto, o também músico apela para que as entidades competentes passam a ter um novo olhar sobre a matéria.
“E, acima de tudo os meios de comunicação social possam ser os principais promotores deste género musical angolano, fazendo com que as músicas do genéo tenham a necessária abrangência nas suas emissões”, alegou.
Sobre o assunto, o músico e compositor, Dom Caetano, que muito esperava pelo feito, referiu que se precisa fazer outros trabalhos direccionado, para que o Semba seja elevado a Património Imaterial da Humanidade, com a realização de estudos técnicos e científicos.
Com esta classificação, Dom Caetano acredita que o Semba terá maior atenção por parte das entidades de direito, já que merecerá de um período promocional, de divulgação e preservação, através de actividades culturais, para que possa atingir a sua internacionalização.
“Penso que agora o Semba entrou num período e vai precisar de mais atenção e maior divulgação.
De igual modo, os fazedores deste estilo musical e dançante hãode ter mais responsabilidade sobre a prossecução do Semba, dentro dos ritmos musicais de Angola”, exaltou.
O Corredor do Cuanza Com belas paisagens e marcos históricos, criados na altura da penetração dos portugueses no Reino do Ndongo no século XVI, o Corredor do Cuanza, com mais de 300 quilómetros, que abrange as províncias de Luanda, Cuanza Norte, Kwanza Sul e Malanje foi também classificado como “Itinerário Cultural Nacional, conforme consta no Decreto Executivo 55/23.
O mesmo é tido como um importante repertório de memória da história de Angola, nomeadamente, por reunir no seu conjunto uma série de construções e de espeços relacionados com processos de distintos de ocupação colonial, do escoamento de escravos, de dinamização da economia local e regional em épocas históricas.
A referida classificação visa a sua promoção e preservação como um importante lugar de memória. Segundo consta, compete às entidades da Administração local do Estado a tomada de medidas para a efectiva protecção e valorização do referido património e da sua zona de protecção.
No século XVI, a única e principal via de comunicação era o Rio Cuanza, ou antes deste período, este rio tinha grande importância porque navegavam navios de grande porte que atracavam tanto em Massangano como no Dondo.
Em Massangano, por exemplo, temos um cruzeiro, lugar onde desembarcavam os escravos, que eram transportados por navios.
Massangano, Dondo e Cambambe, assim como a Ilha do Gundo, são as grandes referências do percurso e pontos de atracção aos visitantes, permitindo a realização do turismo histórico, cultural e religioso.
A sua inscrição na lista de património cultural da humanidade da UNESCO dependia antes desta classificação como Património Nacional, através da realização de um trabalho saturado.
A rota compreende uma grande diversidade de tipologia, ou de natureza de bens a considerar: apresenta a componente histórica, cultural, natural e a mista, que requerem trabalho.
Partindo do oceano atlântico, começa em Luanda, na desembocadura do Rio Cuanza, podemos encontrar a vila histórica da Muxima, construída entre 1599, onde está a igreja da Muxima, localizada a cento e vinte quilómetros a nordeste da cidade de Luanda.