Polícias dos EUA e UE paralisam órgãos de propaganda do Estado Islâmico. “Com esta operação sem precedentes, damos um grande golpe na capacidade do EI difundir a sua propaganda na rede e radicalizar os jovens na Europa”, referiu o comandante da agência europeia, Rob Wainwright, em comunicado. A operação, realizada Quarta-feira e Quinta-feira, tinha como alvo a agência Amaq, usada pelos islamitas radicais para reivindicar atentados e propagar apelos à jihad. Este é a etapa mais recente de uma campanha iniciada em 2015.
“Com esta acção de desmantelamento dirigida contra os grandes órgãos mediáticos do EI, como a Amaq, a rádio Al-Bayan e os sites de notícias Halumu e Nashir, a capacidade do EI propagar a sua mensagem terrorista está compro metida”, concluiu o comunicado. O “desmantelamento multinacional e simultâneo” foi coordenado pela sede da Europol em Haia, com o apoio da Eurojust, a unidade de cooperação judicial da União Europeia. A operação foi dirigida pelo procurador federal da Bélgica, enquanto as polícias nacionais apreenderam servidores na Holanda, Canadá e Estados Unidos, assim como equipamentos na Bulgária, França e Roménia. Agentes das Polícias belga, búlgara, canadiana, francesa, holandesa, romena, britânica e americana colaboraram no “esforço coordenado destinado a impedir o EI de publicar a sua propaganda terrorista durante um tempo indeterminado”, precisou a Europol.
“O objectivo é desestabilizar integralmente o aparato de propropaganda do EI e identificar os administradores destes servidores, apreendendo e fechando os servidores utilizados para divulgar a propaganda do EI”, ressaltou a Procuradoria Federal da Bélgica em comunicado. O serviços de inteligência electrónica britânicos (GCHQ) já havia anunciado, no início de Abril, ter danificado seriamente as capacidades de actuação dos meios de comunicação do EI. No seu apogeu, em 2015, quando o auto-proclamado “califado” ocupou na Síria e no Iraque, um território com tamanho quase equivalente ao da Itália, as actividades de propaganda do EI eram sistemáticas. No Twitter, o grupo marcou forte presença e por muito tempo, até que as novas normas provocaram o fecho da maior parte das suas contas.
O grupo extremista também publicou revistas com ilustrações, narrativas de combate, profecias apocalípticas ou manuais para a fabricação de bombas. O EI criou aplicativos para smartphones e um site especializado nos “nasheed”, cânticos guerreiros e religiosos entoados à capela. As produtoras audiovisuais Al Furqan e Al-Hayat lançaram documentários de óptima qualidade técnica para enaltecer as vitórias militares do grupo. Em 2016, os jihadistas utilizaram com frequência a agência Amaq para reivindicar os atentados e ataques no Oriente Médio e demais lugares do mundo, como as acções terroristas de Paris, Bruxelas, Barcelona e Berlim.