Milhares de candidatos que se sentem excluídos do último concurso público do Ministério da Educação (2021/2022), apesar de terem tido positiva nos exames, apelaram, recentemente, em Benguela, ao Presidente da República, João Lourenço, para o enquadramento. A titular do sector, Luísa Grilo, acredita, porém, em novos ingressos, até porque o Orçamento Geral do Estado para 2023 prevê o in-resso de 78.840 novos professores
Os candidatos, que se fizeram à porta da Tv Zimbo, de onde partiram em direcção ao Palácio do governador rejeitam sujeitar-se novamente a um exame de ingresso, por terem obtido resultados positivos no anterior, exigindo apenas o enquadramento “imediato na Educação” e, por conta disso, criticam as políticas implementadas pelo Executivo.
Os manifestantes falam em promessas eleitorais não cumpridas por parte do sector da Educação e apontam também o dedo ao governador provincial de Benguela, de quem, segundo dizem, tinham recebido a garantia, antes de Agosto de 2022, de que, num curto espaço de tempo, resolveria o problema. Segundo eles, nesta condição, ao nível do país, estão pouco mais de 8 mil candidatos com resultados positivos em diferentes províncias e à espera de enquadramento.
“O nosso principal problema é a mentira da ministra, dizendo que aqueles que ficaram são os que fizeram Filosofia, mas não. Eu fiz Pedagogia, tenho certificado e tive 15, na prova. Nos enquadrem, por favor”, disse, à imprensa, a cidadã Maria Jamba, durante a manifestação à porta da Tv Zimbo. Por sua vez, Adelino realça que fizeram o concurso em 2021/22, porque, em sede de campanha eleitoral, a ministra teria prometi- do que todos com positiva seriam enquadrados e “sobraram 8.100 positivas em todo o país, dos cursos de Matemática, Língua Portuguesa e outros.
A senhora ministra deve honrar a palavra”, acrescenta, para quem não colhe o argumento institucional de falta de disponibilidade financeira, porquanto o Governo fez aprovar, muito recentemente, um subsídio para professores e agentes da Educação, equivalente a 12,5 por cento do salário base. De acordo com os candidatos, “já fomos reclamar por escrito, disseram que o Ministério das Finanças não tem dinheiro suficiente. Há escolas que fecham porque não há professores”, dizem.
Em Maio de 2022, em declarações à Rádio Nacional de Angola, a ministra Luísa Grilo garantiu que os candidatos com positivas, não admitidos por falta de vagas, seriam enquadrados nos próximos dias, até Julho do mesmo ano, tendo, na altura, a governante falado em 7.500 vagas.Entretanto, no dia 20 de Janeiro deste ano, citada pelo Jornal de Angola, a governante admitia, por estar previsto no OGE, a realização de mais um concurso público para o ingresso de 78.840 professores.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela