A Biocom vai aumentar este ano a produção de açúcar em 120 mil toneladas o que corresponde a 40% da produção, e espera alcançar a capacidade máxima em 2026, o que permitirá fornecer mais de 75% das necessidades do mercado angolano
Angola consome, actualmente, cerca de 300 mil toneladas de açúcar/ano, das quais cerca de 40% são fornecidas pela Biocom, a partir da sua instalação do município de Cacuso, na província de Malanje, onde espera, este ano, alcançar as 120 mil toneladas.
O objectivo é aumentar a pro- dução até ao limite da capacidade da fábrica, 250 mil toneladas, o que pode acontecer em quatro anos, segundo o diretor-geral da Biocom, Uirá Ribeiro, que falava na abertura do lançamento da Safra 2023, marcando a abertura do ano agrícola com um crescimento global previsto para 10%.
Na apresentação da safra (a no- na), o responsável falou também sobre as dificuldades do último ano, devido à conjuntura internacional, que está a encarecer os equipamentos, adubos, fertilizantes e transportes, além das dificuldades logísticas de escoamento devido ao mau estado das estradas. Questionado pelo Jornal OPAÍS se estes custos se vão reflectir no preço do açúcar, Uirá Ribeiro sublinhou que a empresa está a trabalhar para aumentar a produtividade e a “lutar” para que os preços não aumentem.
“O que temos de fazer é lutar para termos ganhos de produtividade. Está tudo programado de forma a não aumentarmos o preço do açúcar”, disse. Uirá Ribeiro realçou que o açúcar é um produto da cesta básica e trabalham em coordenação com o programa do Governo, sendo que apostam no melhoramento de processos e aumento da produtividade para ver se podem manter ou até baixar os preços. “Estamos a fazer tudo por tudo para que isso não aconteça”, salientou. Para o aumento da produção este ano foi também decisivo o alargamento da área de plantio.
Até ao ano passado, a Biocom dispunha de 26 mil hectares plantados dos quais de 22 mil que eram utilizados (a restante área era de replantio), enquanto este ano há 30 mil hectares plantados a partir dos quais serão colhidos 25.000 hectares de cana, disse Uirá Ribeiro, sem precisar os valores do investimento. O mesmo responsável realçou que a área vai continuar a aumentar, nos próximos anos, até atingir a maturidade do projecto (250 mil toneladas) o que permitirá quase satisfazer em grande parte o consumo de açúcar dos angolanos, caso se manteha próximo do atual.
É necessária uma tonelada de cana para produzir 104 quilos de açúcar, demorando todo o processo, entre a colheita e o produto final, 48 horas. A Biocom produz totalmente para consumo interno e desde 2017 que deixou de importar este produto. O etanol e a energia eléctrica são também totalmente absorvidos pelantio
Até ao ano passado, a Biocom dispunha de 26 mil hectares plantados dos quais de 22 mil que eram utilizados (a restante área era de replantio), enquanto este ano há 30 mil hectares plantados a partir dos quais serão colhidos 25.000 hectares de cana, disse Uirá Ribeiro, sem precisar os valores do investimento.
O mesmo responsável realçou que a área vai continuar a aumentar, nos próximos anos, até atingir a maturidade do projecto (250 mil toneladas) o que permitirá quase satisfazer em grande parte o consumo de açúcar dos angolanos, caso se mantenha próximo do atual. É necessária uma tonelada de cana para produzir 104 quilos de açúcar, demorando todo o processo, entre a colheita e o produto final, 48 horas. A Biocom produz totalmente para consumo interno e desde 2017 que deixou de importar este produto. O etanol e a energia eléctrica são também totalmente absorvidos pelo mercado interno
Números de 2023
Em 2023, a empresa espera produzir 19 mil metros cúbicos de etanol neutro e 57 mil MegaWatts de energia eléctrica a partir de biomassa (cana-de-açúcar) que podem fornecer electricidade a cerca de 80 mil habitantes, segundo o director geral da Biocom Uirá Ribeiro disse que estes números são relevantes para comemorar os dez anos de produção, numa conjuntura marcada pela crise económica internacional. O etanol é usado na indústria de bebidas, cosmética, farmacêutica, higiene e limpeza, sendo mais de metade das necessidades de consumo em Angola garantidas pela Biocom.
A energia eléctrica é consumi- da na própria instalação industrial, sendo o excedente injectado na rede pública. O valor não foi revelado pelos responsáveis da Biocom. A Biocom emprega, actualmente, cerca de 3 mil trabalha- dores e está implantada no Pólo agro-industrial de Capanda, numa área superior a 81 mil hectares dos quais 70 mil são cultiváveis e os restantes destinam-se à preservação da vegetação. Tem uma capacidade instalada para produzir 2,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar numa área de 38 mil hectares, 250 mil toneladas de açúcar cristal branco, 37 mil metros cúbicos de álcool neutro e para fornecer 136 mil MegaWatts de energia.
POR: Francisca Parente, enviada a Cacuso