A falta de apoios financeiros para a realização da 8.ª edição do Circuito Internacional de Teatro (CIT) pode condicionar a sua realização, numa altura em que a organização reúne condições para o seu arranque, em Junho
O coordenador do evento, Adérito Rodrigues, que falava em conferência de imprensa realizada ontem, 26, no auditório da escola Nzinga Mbande exaltou que, entre outras, necessitam de apoios para tratar das questões de logística.
Sem isso correm o risco de cancelar a presente edição do CIT.
“É preciso que o Ministério da Cultura abrace este projecto, no programa nacional de actividades culturais do país.
Somos a maior plataforma de teatro em Angola, maior em Africa, e uma das maiores do mundo.
Então não vejo cabimento de não termos apoio desta instituição governamental”, lamentou.
Desolado com a presente situação, Adérito aproveitou o momento para deixar mensagens às entidades da tutela.
“O nosso apelo vai directamente a Sua Excelência Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, que vê este aspecto com muita delicadeza, é preciso ver os artistas de uma forma positiva, nós só queremos trabalhar”.
Nesta edição em que se pretende homenagear o conceituado director de teatro, Adelino dos Santos Caracol, arranca em Maio.
As exibições arrancam em Junho, com a participação de mais de 25 grupos nacionais e quatro internacionais.
Ao nível nacional participam grupos teatrais da província de Luanda, Benguela, Cabinda, Huíla, Lunda Norte, Uíje, Namibe, e Cuanza Norte.
Quanto aos de outros países são provenientes do Brasil, Portugal e Moçambique que vão apresentar as suas performances teatrais ao público amante das artes cénicas.
Adérito Rodrigues avançou que no período de Maio, antes mesmo das exibições, efectuar-se-ão acções de formação sob o lema “Conversa no CIT”.
Premiação
O evento marcado para este ano oferece dez distinções, em igual número de categorias, que serão premiadas.
Trata-se da Distinção do Grupo CIT, antes no valor de 100 mil kwanzas, que este ano sobe para 500 mil.
As outras categorias, de Melhor Actriz e Actor, Prémio Carreia, Encenador, Cinografia, Texto Dramático, estarão no valor de 50 mil kwanzas.
O Mútuo é o nome do prémio que, segundo Agnela Barros, tem a essência de solidariedade, união entre as pessoas, está no valor de 2 milhões de kwanzas.
“É chamado de filantropia, é união entre as pessoas, por isso que o lema é eu sou o que nós somos, eu não existo na sociedade sozinha, preciso de mais pessoas para continuar a sobreviver”, disse a professora.
O CIT é a principal plataforma do projecto Cultura para Todos e desde a sua criação já homenageou várias figuras ligadas às artes cénicas e da cultura nacional, nomeadamente Diogo Colombo, José Mena Abrantes, Manuel Sebastião, Agnela Barros e Fragata de Morais.
Lançado em 2016, consiste numa plataforma de produção artística nacional e internacional, cujo lema é “Trazer o Mundo para Angola e Levar Angola para o Mundo”.
Sobre a Organização O Cultura para Todos foi criado no dia 15 de Outubro de 2015, como um projecto artístico-cultural de inclusão social, cuja missão e visão vincula-se à formação do homem para a manutenção da Paz, o fortalecimento da cultura, educação e ciência.
A missão do projecto é dinamizar actividades artísticas e culturais ao nível nacional através da formação e exploração de técnicas educacionais, promovendo os valores morais, culturais, históricos, científicos e criativos, bem como atender de forma continua, situações de vulnerabilidade social através das artes.