Trinta e seis mil e 879 casos de malária foram diagnosticados, de Janeiro a Março deste ano, pelas autoridades sanitárias do município de Mbanza Kongo, província do Zaire, verificando-se um aumento de 6.606 casos em comparação com o período homólogo de 2022
A doença causou a morte de 15 pessoas, 10 das quais crianças menores de cinco anos de idade.
Os dados foram fornecidos, essa Terça-feira, à ANGOP, pela supervisora municipal da Saúde, Laura Lunzitisa, à margem da marcha que visou comemorar o 25 de Abril, Dia Mundial da Malária.
Apontou a negligência na observância de medidas de prevenção contra a doença, pela população local, nomeadamente o uso de mosquiteiros tratados com insecticida, a deposição de resíduos sólidos em locais inapropriados, como alguns factores que concorrem para o aumento desta patologia na região.
Durante o período em balanço, segundo ainda a responsável, as autoridades sanitárias distribuíram 705 mosquiteiros impregnados com insecticida.
Por sua vez, o administrador municipal de Mbanza Kongo, Manuel Nsiansoki Gomes, que encabeçou a marcha, valorizou a missão dos profissionais locais da Saúde, frisando que têm desempenhado com zelo e dedicação a sua missão.
Reconheceu falhas na implementação de algumas medidas de prevenção contra a doença ao nível do município, no que toca à recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos, a desobstrução das valas de drenagem das águas residuais e pluviais, entre outras.
Acrescentou que os factores acima enumerados concorrem na reprodução do vector do paludismo, pelo que prometeu mais trabalho para se inverter o quadro actual.
Andrade Kianzuako, técnico do ramo da Saúde e um dos participantes na marcha, considerou o 25 de Abril como momento para a reflexão em torno das consequências nefastas da malária na vida de cada cidadão.
“A data deve servir, também, de reflexão sobre a necessidade do reforço das estratégias de combate à doença, nas vertentes da prevenção e na melhoria do sistema de tratamento desta enfermidade”, sublinhou.
Defendeu, igualmente, o reforço das acções de pulverização intra e extra-domiciliar, considerando ser um dos mecanismos que contribui no combate contra o vector do paludismo.
Eduardo Mazequele, outro participante, disse que o acto serviu para despertar a consciência da população sobre a necessidade da observância de medidas de prevenção contra a malária, a principal doença causadora de mortes na região.
Participaram na marcha, que percorreu as principais artérias da cidade de Mbanza Kongo, técnicos de saúde do sector público, privado e das Forças Armadas Angolanas (FAA).