A administradora municipal de Camacupa, província do Bié, Deolinda Belvina gonçalves, solicitou aos empresários, quer nacionais quer estrangeiros, para investirem mais nesta região, sobretudo no sector dos minerais, uma área em que já tem se dado uma atenção nos últimos tempos.
Actividades antes não exploradas por falta de investidores, hoje, nesta municipalidade, onde se situa o Centro Geodésico de Angola, por exemplo, já existem três cooperativas diamantíferas que exploram nas comunas de Ringoma, Umpulo e Muinha. A região possui ainda ouro, rubin grosso, turmalina preta e branca, helita, quartzo e ferro, além de recursos hídricos, como os rios Kwanza, Cuquema, Cuiva, Cunje, Conjo, Cuve, Lwei e Colongo.
Na agricultura, Camacupa tem terra aráveis para o cultivo cereais, hortícolas, tubérculos e outros. Em entrevista à ANGOP, no quadro das festividades do 54º aniversário do município, assinalado no passado dia 14 do corrente mês, a administradora Deolinda Belvina Gonçalves realçou que a região é bastante rica em recursos naturais, por isso convidou os empresários a investirem nesta localidade, uma vez que as autoridades estão abertas quer para a exploração de recursos quer na implementação de indústrias transformadoras.
Educação em ascensão
O município dispõe de quatro escolas do segundo ciclo e 13 do I ciclo, totalizando 301 salas de aula definitivas que albergam um total de 57 mil 441 alunos, matriculados da iniciação a 13ª classes nas comunas Sede, Ringoma, Muinha e Umpulo. Apesar de não revelar o número de crianças com idade escolar que ainda não estudam, Deolinda Belvina Gonçalves realçou estar a trabalhar afincadamente para e inserir cada vez mais crianças no sistema normal de ensino e aprendizagem, sendo um dos seus grandes desafios a construção de mais escolas.
Novo hospital municipal à vista
A construção de raiz de um novo hospital municipal com mais de 200 camas é outro desafio da administração, que já projecta para os próximos dias o lançamento da primeira pedra, uma vez que a empreitada já foi inscrita no Programa de Investimentos Públicos (PIP). No cargo há apenas sete meses, Deolinda Belvina Gonçalves, sem revelar o valor a ser gasto na construção da referida unidade sanitária, disse que a edificação de um novo hospital municipal constitui uma mas maiores necessidades do município, já que o actual, com 100 camas, não responde à demanda populacional, estimada em 206 mil 985 habitantes.
Água potável ainda é uma luta
Para o município de Camacupa, a distribuição da água potável ainda continua a ser um “calcanhar de Aquiles”, já que o abastecimento é feito em pequenos sistemas e manivelas. A gestora informou existir já um projecto para a construção de um sistema de captação, tratamento e distribuição de água sobre o rio Cunje 1, em posse do ministério de tutela, que procura fontes de financiamento para a sua concretização.
Barragem hidroeléctrica constitui esperança de dias melhores
Deolinda Belvina Gonçalves perspectivou para Julho próximo a entrada em funcionamento da barragem hidroeléctrica sobre o rio Cunje 1, anteriormente prevista para Março findo. A conclusão da infra-estrutura, que se encontra, desde 2021, em fase de reabilitação e ampliação, permitirá o aumento da capacidade de produção de energia nessa circunscrição dos actuais 1,3 para 1,8 megawatts. Para a administradora, o empreendimento representa um grande ganho para a população, pois, poderá acabar com o problema da falta de energia nesta municipalidade.
A empreitada está inserida no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e está avaliada em 16 milhões de euros. Além de Camacupa, serão atendidas necessidades energéticas dos habitantes do município vizinho de Catabola. A responsável aproveitou para apelar aos munícipes a continuarem a preservar os bens públicos, como forma de salvaguardar a paz e todos os feitos até aqui alcança- dos, pedindo, porém, a participação activa de todos no desenvolvimento do município.
Investimentos agradam munícipes
Os munícipes de Camacupa, fundamentalmente jovens residentes e visitantes, mostraram-se satisfeitos com os investimentos aplicados nos últimos cinco anos. Abordado pela ANGOP, o jovem Evaristo Chissaluquila, morador do bairro Banguele, disse não haver comparação com o passado, já que o município mostra claramente sinais de mudança. De 34 anos de idade, o jovem exemplificou com a requalificada por que passou a urbe, sobretudo a colocação do asfalto em quase to- das as artérias. Ainda assim, solicitou o reforço na iluminação pública e domici- liar, para fazer face ao desenvolvimento que se quer.
André Capusso, estudante do Instituto Médio Politécnico, que também está satisfeito com o rumo do município, pediu a construção de uma quadra polidesportiva, para a massificação do desporto neste município. Já a jovem Wilma Jurelma, que está no município há três anos, lembra os dias difíceis que passou para se acostumar a viver na localidade, por, na altura, faltar de tu- do um pouco. Por sua vez, o padre da Igreja Católica de Camacupa, Paulino Domingos dos Santos, disse ser visível o crescimento da urbe em 54 anos da sua existência, realçando a necessidade de se investir mais nos sectores de energia e água, para a satisfação total das necessidades das populações.
Além disso, o prelado apelou ao combate cerrado contra a criminalidade, afirmando estar cada vez mais alarmante nos últimos dias, criando instabilidade social no município. O município de Camacupa situa-se a 82 quilómetros a Leste da cidade do Cuito, capital da província do Bié. Tem nove mil e 469 quilómetros quadrados. É constituído pelas comuna-se de, Ringoma, Muinha, Umpulo e Cuanza.