O Instituto Nacional da Aviação Civil (INAVIC) recebeu recomendações da autoridade aeronáutica americana no sentido de redobrar a fiscalização das manutenções das aeronaves do tipo Boeing 737-700. A TAAG e a Sonair ainda não foram notificadas.
POR: Patrícia de Oliveira
Em função do incidente ocorrido na última semana, nos Estados Unidos, com uma aeronave Boeing 737-700 da companhia Southwest com 149 pessoas à bordo, que se dirigia de Nova Iorque a Dallas, uma parte do motor esquerdo soltou-se em pleno vôo e fez abrir uma janela, matando uma passageira de 43 anos, que foi parcialmente sugada para fora da aeronave. A autoridade aeronáutica americana lançou um alerta mundial. As duas companhias regulares de Angola que, detentoras de aeronaves do Boeing, nomeadamente, a TAAG e a Sonair, serão chamadas a prestar maior atenção aos aparelhos.
O aviso é de Rui Carreira, director-geral do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAVIC). “Ainda não notificamos, de forma oficial as companhias. Estamos a analisar um documento com muitas páginas, cujo trabalho deve ser feito de forma minuciosa. Ainda esta semana as companhias serão notificadas”, avançou. Em nota divulgada ontem, em Luanda, o INAVIC refere que “ os Estados Unidos da América emitiram uma directiva de procedimentos em que todas as companhias que têm esse tipo de aeronave têm de cumprir, nomeadamente, inspeções e tratamento de questões técnicas”, pode ler-se no documento.
O documento da autoridade aeronáutica nacional realça que após estudo das referidas AD e SB, notificará a TAAG e a SONAIR, operadores angolanas que possuem este tipo de aeronave, para o seu cumprimento. O INAVIC assegura ainda que fará o devido acompanhamento para a garantia da segurança das operações. “Estes procedimentos não causarão, em princípio, qualquer constrangimento operacional, pois poderão ser feitos durante os trabalhos normais de manutenção”, disse o responsável.
História do incidente
No dia 17 de Abril de 2018 uma aeronave do tipo 737-700 efectuou uma aterragem de emergência no aeroporto Internacional de Filadélfia, nos EUA, depois de os pilotos terem reportado fogo no motor. Na realidade constatou-se que partes do motor se desintegraram e não houve fogo. A FAA e a EASA (autoridades aeronáuticas dos EUA e União Europeia) emitiram AD’s (Directivas de Aeronavegabilidade) em que orientam todos os operadores que possuem este tipo de aeronave e este tipo de motor acidentado a trabalhos de inspecção. O fabricante dos motores, a CFM International, de igual modo, emitiu um SB (Boletim de Serviço), em que orienta os operadores a trabalhos de inspecção nas palhetas da fan dos motores.
TAAG ainda não foi notificada
Em reacção à informação, a TAAG, através do seu porta-voz, explica que não parou as aeronaves, e que elas continuam a operar de forma normal. “Há sim uma orientação no sentido de se fazer trabalho de inspecção nas palhetas, o que não significa que teremos que deixar em terra as aeronaves”, disse, acrescentando que vão continuar a trabalhar respeitando as normas internacionais, e referiu que ainda não foram notificados de forma oficial pelo INAVIC. Carlos Vicente realça que a companhia tem realizado com frequência a manutenção nas suas aeronaves, no sentido de mantê-las operacionais, para garantir a segurança dos passageiros e da tripulação. O porta-voz da TAAG lembrou ainda que a companhia possui cinco aeronaves do tipo Boeing 737-700 que operam nas rotas domésticas e regionais. O Boeing 737 é considerado o avião mais popular do planeta. Desde a sua criação, em 1968, cerca de 6 mil unidades já foram produzidas pela fabricante americana. Hoje, esses modelos são construídos em Renton, cidade vizinha de Seattle, no noroeste dos Estados Unidos.
17 De Abril de 2018 data em que uma aeronave do tipo 737-700 efectuou uma aterragem de emergência no aeroporto Internacional de Filadélfia, nos EUA
6 Mil unidades é o número aproximado de aeronaves produzidas pela Boeing desde a sua criação, em 1968
2006 A TAAG comprou seis aeronaves da Boeing 737- 700, o que permitiu descontinuar os Boeings 737-200