Apesar da queda no volume de exportações, o Brasil exporta para Angola produtos como açúcar, carne, automóveis e não só, dados refiridos ontem, em Luanda, à margem do fórum económico que celebra a semana do Brasil em Angola.
POR: Borges Figueira
As trocas comerciais entre Angola e a Repúblicado Federativa do Brasil baixaram consideravelmente desde o segundo semestre de 2014, de USD três mil milhões para 800 milhões, face aqueda do preço do petróleo no mercado internacional que afectou a economia angolana. A informação foi avançada esta Quarta-feira, em Luanda, pela presidente de direcção da Associação de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola (AEBRAN), Arlete Holmes Lins.
No entanto, a República Federal do Brasil continua a exportar para Angola produtos diversos como o açúcar, carne bovina, produtos para a indústria de moagens, malte, amido e féculas, veículos automóveis, máquinas, tractores e os seus acessórios. Constam ainda, entre exportações do Brasil para Angola, instrumentos mecânicos e eléctricos, assim como produtos de origem animal, além de vestuário e calçado.
Falando em exclusivo ao Jornal OPAÍS, por ocasião da semana cultural brasileira em Angola, o responsável revelou que “o Governo brasileiro concedeu um crédito ao Governo angolano no valor de USD cinco mil milhões, no âmbito do programa de reconstrução do país pós guerra”.
Segundo Arlete Holmes Lins, o fórum económico, que decorre no âmbito da semana do Brasil, visa essencialmente promover o intercâmbio entre empresários, executivos e convidados sobre temáticas de interesse geral, com destaque para as telecomunicações, assim como avaliar os recursos oferecidas pelos avanços em telecomunicações nos centros urbanos e na agroindústria.
“O fórum visa igualmente fomentar a actuação de empresários e executivos brasileiros em Angola, bem como as telecomunições que abrem novos espaços para o negócio, com destaque para os projectos que estão a ser desenvolvidos no âmbito do “Angola Cables”, empresa fundada em 2009”, ressaltando que a referida empresa é responsável pelo projecto de instalação do SACS, o primeiro cabo submarino de fibra óptica que atravessa o Atlântico Sul, conectando directamente Luanda à Fortaleza, Nordeste do Brasil.
Segundo a presidente da AE BRAN, o evento ligado às tecnologia e informação é de grande importância, numa altura em que Angola experimenta mudanças no Governo, e da retoma da economia e com uma grande expectativa de crescimento, e a tecnologia de informação, ligada à industrialização que será um ponto fundamental para as transformações de Angola, e estas mudanças passam pela parceria entre empresários angolanos e brasileiros.
Durante o evento foram igualmente abordadas várias questões, com realce para a agroindústria e os avanços baseados na tecnologia e as perspectivas de cooperação entre os dois países. “Fica aqui provado que acreditamos em Angola e que Angola nos quer por aqui. Faça chuva ou faça sol, em tempos bons ou em tempos de crise, o Brasil está em Angola. E nós, cada vez mais, nos sentimos em casa”, assegurou.