O projecto “Cine Palácio de Ferro” é uma iniciativa do espaço cultural Palácio de Ferro que visa dar maior visibilidade ao cinema angolano, através da realização de sessões de filmes e documentários nacionais
Patente desde Dezembro de 2022, o projecto procura dar espaço e visibilidade não apenas aos cineastas nacionais, mas também aos de outros países africanos, assim como proporcionar formação para a melhoria das capacidades dos artistas, como explicou, a OPAIS, a directora para a área de cinema do Palácio de Ferro, Sandra Saquita.
“O projecto tem como objetivo primordial dar espaço e visibilidade a todos cineastas angolanos e africanos para divulgação das suas obras.
Visa também proporcionar formações aos fazedores e novos talentos da arte cinematográfica, desde que haja os devidos apoios para realização da mesma”, explicou. Segundo a responsável, mais do que dar espaço ao cinema nacional, a intenção é capacitar os intervenientes para melhorar a qualidade dos filmes e documentários por estes produzidos ou realizados.
“Temos a visão de contribuir na formação e ajudar a melhorar as capacidades técnicas e competências para desenvolver com maior facilidade as actividades profissionais dos cineastas”, afirmou.
Sandra Saquita explicou ainda que, numa primeira, fase os filmes são exibidos quinzenalmente, numa dinâmica adaptada no âmbito do plano de desenvolvimento estratégico implementado internamente pela organização.
“Mas acreditamos que, com o tempo e mais apoios, este quadro será alterado devido à demanda de muitas obras que são solicitadas para passar no nosso espaço”, acrescentou a coordenadora do projecto.
Selecção
Quanto aos critérios de selecção dos filmes a serem exibidos, a responsável salientou que a escolha é voluntária, devendo o produtor submeter o seu filme através de um endereço electrónico disponível no site da organização ou enviar os dados do filme (uma sinopse ou trailer) via WhatsApp.
“Na verdade, quando pensamos no plano estratégico, sempre pensamos em vias que facilitem o artista, como enviar através do e-mail e via WhatsApp o título do filme, sinopse, ficha técnica e o link do trailer para uma breve avaliação daquilo que queremos exibir”, esclareceu.
Entretanto, depois de avaliado e selecionado, detalha a responsável, “o artista e a organização acertam outras questões ligadas à bilheteria, permitindo que 60% vai para o artista e 40% fica para o Palácio de Ferro para ajudar na manutenção do espaço”.
Apelo de apoio A coordenadora aproveitou o momento para solicitar o apoio, tanto material como financeiro, para que o projecto se mantenha firme e contínuo.
Sandra Saquita salienta que sem apoio fica difícil dar continuidade ao projecto, uma vez que os filmes são exibidos com materiais de pouca qualidade, o que retira algum prestígio à exibição.
“Precisamos de apoios em termos de materiais adequados para exibições dos nossos filmes (telas apropriadas, projectores e computadores), o que temos neste momento serve, mas precisamos de algo com maior qualidade devido os filmes que exibimos”, apelou.
A responsável acrescentou ainda que a iniciativa necessita de apoio financeiros para as formações, permitindo que estas sejam regulares e, se possível, hibridas e não apenas online.
“Precisamos de apoios financeiros devido aos intercâmbios que temos feitos com outras produtoras residentes no Reino Unido e Estados Unidos.”, explicou.
Percurso
O projecto arrancou oficialmente no dia 15 de Dezembro de 2022, com a apresentação do filme “Mona Nkweto”, da Produtora Mbanje Studio.
De lá para cá, já passaram dezenas de filmes, documentários e curta-metragens nacionais.
Por: Bernardo Pires